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Veja que o Uruguai é o primeiro país que um casal homossexual pode adotar |
Veja que o Uruguai é o primeiro país que um casal homossexual pode adotar| Foto:

Montevidéu - O Senado uruguaio aprovou on­­tem a adoção de crianças por ca­­sais homossexuais, finalizando o trâmite no Legislativo do projeto que deve transformá-lo no primeiro país da América Latina a legalizar esse procedimento.

"Foi aprovado com os votos da Frente Ampla (FA, coalizão de es­­querda no governo, que conta com maioria parlamentar) e do (opositor) Partido Colorado’’, disse a senadora governista Margarita Percovich.

O Partido Nacional, conhecido como branco, votou contra o projeto, por entender que é ele contrário à definição de família contida na Constituição uruguaia.

A votação foi de 17 votos a fa­­vor, em um total de 23.

A Câmara de Deputados do Uru­­guai já havia aprovado o projeto em 27 de agosto, com algumas modificações em relação à primeira redação da lei, aprovada em ju­­lho pelos senadores. A lei será en­­viada agora ao Poder Executivo para que seja promulgado.

O arcebispo de Montevidéu, Nicolás Cotugno, critica o projeto e considerou que é "grave aceitar a adoção de crianças por casais homossexuais’’, assinalando que não se trata de "uma questão religiosa, filosófica ou sociológica, mas de respeito à natureza humana’’, porque vai "contra os direitos fundamentais do ser humano’’.

Este projeto "não respeita o in­­teresse superior da criança’’, como determina a Convenção dos Direi­­tos da Criança, porque "ele prioriza o interesse de quem adota’’. A adoção não é "uma instituição que possa ser regida por critérios de conveniência política’’, destacou monsenhor Cotugno.

O Uruguai vai passar por eleições gerais no próximo dia 25 de outubro.

Mauricio Coitiño, do grupo Ovelhas Negras, que reúne gays, lésbicas e transexuais, disse que os membros do grupo sentem "uma alegria profunda’’ com a aprovação de um projeto pelo qual, se­­gundo ele, trabalharam junto à opi­­nião pública e aos legisladores.

"O fundamental é que este projeto promove a igualdade das fa­­mílias com pais gays ou transexuais’’, disse Coitiño.

O Uruguai aprovou em 2008 a união civil entre casais homossexuais e em maio passado o presidente Tabaré Vázquez firmou um decreto que derrubou a norma que impedia o ingresso de homossexuais nas Forças Armadas.

Em dezembro passado, o Se­­nado aprovou um projeto de lei que permite a mudança de nome e de sexo a partir dos 12 anos de idade, que deverá ser apreciado pela Câmara.

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