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Buenos Aires – Em mais um episódio do conflito denominado "guerra da celulose", a Argentina e o Uruguai enfrentam-se novamente no Tribunal Internacional de Haia. O governo uruguaio responsabiliza diretamente o presidente Néstor Kirchner pelos protestos que bloqueiam rodovias e pontes que ligam os dois países. Para o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, os protestos argentinos contra a instalação da fábrica de celulose da finlandesa Botnia na cidade uruguaia de Fray Bentos, às margens do Rio Uruguai, tem de ser coibido pelas autoridades locais porque representaram, só no verão passado, um prejuízo de US$ 400 milhões.

Na audiência de ontem, porém, os representantes da Argentina disseram que é o governo do Uruguai que está sendo "abusado" por insistir na construção da Botnia.

"O governo argentino tem de garantir a livre circulação de pessoas e bens", afirmou o chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, na semana passada. O Tribunal de Controvérsias do Mercosul também já havia decidido neste sentido, mas Kirchner decidiu não reprimir os protestos.

Os moradores e ambientalistas de Entre Rios, região que fica na margem argentina do rio, em frente de Fray Bentos, decidiram fechar as principais vias de ligação entre os dois países. Vázquez enviou seis cartas à Argentina antes de levar o caso a Haia.

Em julho, a Argentina sofreu uma derrota em Haia. Os juízes negaram o pedido de Kirchner para paralisar as obras da Botnia pelos "futuros danos" ao meio ambiente. O Tribunal ainda analisa a questão de fundo apresentada pela Argentina, que acusa o Uruguai de violar o Tratado do Rio Uruguai, ao decidir unilateralmente pela instalação da fábrica.

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