Diplomacia
Hillary e Patriota visitam Japão e declaram apoio à reconstrução
Folhapress
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ofereceu ao Japão o "firme" apoio dos Estados Unidos para a reconstrução do país. Ela se reuniu em Tóquio com o ministro das Relações Exteriores japonês, Takeaki Matsumoto, e o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, antes de comparecer ao Palácio Imperial para tomar chá com os imperadores Akihito e Michiko.
"Vim ao Japão com uma mensagem de solidariedade e esperança compartilhada de parte da população dos Estados Unidos", disse Hillary, considerando que a reconstrução do litoral nordeste do Japão, devastado pelo tsunami, deve juntar os setores público e privado de ambos os países.
Hillary se mostrou convencida de que o Japão é um país capaz de reconstruir a área assolada pelo terremoto do dia 11 de março e de conseguir sucesso econômico "durante décadas".
Em entrevista coletiva conjunta, o ministro Matsumoto se comprometeu a divulgar "toda a informação" sobre a crise na usina nuclear de Fukushima, que sofreu um grave acidente após seus reatores ficarem sem sistema de refrigeração por causa do tsunami.
Brasil
A secretária de Estado americano visitou o Japão um dia após a passagem do representante brasileiro no país. O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, também se reuniu com Matsumoto para levar mensagem de solidariedade às vítimas do desastre.
No encontro, Patriota afirmou que a maior contribuição que vai dar para a reconstrução do país será a intensificação da parceria econômica. Ele aproveitou a visita para reforçar que o Brasil não impôs restrições mais severas a produtos de origem japonesa depois do desastre.
Já o representante japonês prometeu que o governo manterá autoridades brasileiras informadas sobre o acidente para evitar mais limitações nas compras de produtos do país.
A companhia Tokyo Electric Power (Tepco), proprietária da usina Daiichi, em Fukushima, anunciou ontem um plano para que os reatores do local sejam controlados e desligados em um período entre seis e nove meses. Desde o terremoto do dia 11 de março, seguido de tsunami, dezenas de milhares de pessoas do entorno da planta nuclear estão morando em abrigos, devido ao risco de contaminação.
A estratégia inclui o lançamento de água para cobrir as barras de combustível, informou a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do país. O "desligamento frio" da usina de Daiichi/Fukushima, se for bem-sucedido, permitirá que moradores voltem para suas casas. O governo japonês disse que considera o cronograma montado pela Tepco para o desligamento da usina realista.
Um porta-voz da agência, Hidehiko Nishiyama, afirmou que a agência não vê riscos na manutenção do plano apresentado. A agência informou ainda que as estruturas que contêm os reatores 1 e 3 estão boas, permitindo que a água seja lançada para cobrir as barras de combustível. Segundo Nishiyama, essa operação não traz riscos sérios para a estrutura.
A Tepco afirmou que não tentará encher de água a estrutura do reator 2, pois ali há um aparente vazamento, causando a liberação de água bastante contaminada.
"Dadas as condições atuais, isso é o melhor que podemos fazer", disse Nishiyama. Ele lembrou que as condições em Daiichi permanecem "instáveis".
Risco
Alguns especialistas advertiram que o peso da água poderia significar pressão na estrutura, especialmente se houver novas réplicas sísmicas. Nishiyama ressaltou que a Tepco e a agência não pretendem se apressar para cumprir o cronograma proposto. "O primeiro trimestre terá como foco obter o gradual resfriamento dos reatores, enchendo-os com água. Nos seis meses seguintes, alguma espécie de sistema de resfriamento, como um mecanismo para resfriar o ar, será instalado", informou o porta-voz. Nenhum governo estrangeiro pressiona o Japão por um cronograma específico para lidar com a crise, disse Nishiyama, sugerindo, porém, que a pressão internacional foi pelo menos parcialmente responsável pela decisão do Japão de revelar o plano.
A longo prazo, a Tepco pretende remover o combustível usado das varetas de combustíveis dos reatores e também cobrir os prédios atingidos, possivelmente com concreto.
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