Violência
Milhares entram em choque com polícia após morte de cristãos no Egito
Agência Estado
Milhares de pessoas entraram em choque com a polícia no Egito ontem durante o funeral de seis dos sete cristãos coptas (egípcios) mortos na noite de quarta-feira num ataque, informaram oficiais de segurança.
Durante o dia de ontem, que marcou o Natal no cristianismo copta, 5 mil manifestantes na cidade de Nag Hammadi, no sul do Egito, jogaram pedras na polícia e depredaram automóveis e lojas. Mais cedo, os manifestantes destruíram ambulâncias na frente de um hospital, frustrados com a demora para a liberação dos corpos das pessoas mortas. Um oficial da polícia disse que foi disparado gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
Os tumultos foram retomados após o sepultamento dos corpos, com coptas furiosos destruindo vidraças de lojas e perseguindo muçulmanos pelas ruas da cidade. O policial e as testemunhas falaram sob anonimato. Na noite da ontem, após as 23 horas, três homens num automóvel dispararam uma metralhadora contra uma multidão que deixava a igreja de Nag Hammadi, cidade vizinha às ruínas da antiga Luxor. O homem que liderou a agressão, muçulmano, é um criminoso com antecedentes, disseram as autoridades.
Os cristãos, na maioria coptas, são 10% da população do Egito, país com 80 milhões de habitantes e predominantemente muçulmano. Os muçulmanos, de uma maneira geral, convivem em paz com os coptas, menos no sul do Egito.
O líder governista no Parlamento francês, deputado Jean François Copé, anunciou ontem que apresentará um projeto de lei que proíbe o uso da burca (véu que cobre todo o corpo das mulheres muçulmanas) no país e a cobertura do rosto. Aquelas que desrespeitarem a norma, de acordo com o projeto, serão multadas em 750 euros (R$ 1,8 mil).
"Se não agirmos rápido, o risco é que um dia, em um, dois ou três anos, a burca se torne um fenômeno de moda. A última tendência de elegância", afirmou Copé, que preside o partido governista União para um Movimento Popular (UMP) no Parlamento francês.
A medida traria como exceção a cobertura do rosto em eventos culturais e carnavais.
O projeto deverá ser apresentado ao Congresso no prazo de até 15 dias. De acordo com relatório do Ministério do Interior francês, revelado pelo jornal Le Figaro no ano passado, seriam 2 mil as mulheres na França que levam o véu de corpo inteiro.
Copé justifica a medida como sendo uma questão de segurança pública, e acrescenta que, juntamente com proibição das burcas, pressionará pela adoção de medida sobre o respeito do direito das mulheres.
O presidente Nicolas Sarkozy já havia pedido uma análise ao Parlamento sobre o fenômeno da burca no país, que deve ser entregue no fim do mês.
Para a oposição socialista, a lei seria mais um erro no debate sobre o laicismo obrigatório na França e poderia acirrar o relacionamento com a comunidade muçulmana. Outros políticos defendem a adoção de uma resolução de caráter pedagógico, mais do que restritivo.
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