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Ancara e Istambul – Sefika Yilmaz se sente discriminada por usar o lenço de cabeça muçulmano. Ela vive em uma favela de Ancara e queria que o partido governante AKP (Justiça e Desenvolvimento) vencesse a eleição turca no domingo para que mulheres "devotas" sejam mais respeitadas e possam usar o acessório com maior liberdade.

O lenço se tornou um sinal da luta que se trava na Turquia entre secularistas – que defendem os valores da república de 80 anos onde a religião foi banida da vida pública – e os que desejam mais liberdade religiosa, liderados pelo AKP.

As mulheres que usam o lenço de cabeça costumam dizer que ele é um obstáculo para empregos, educação, e as torna objeto de preconceitos. A peça é proibida em universidades e várias repartições públicas.

No país, existe a alegação de que exigir o direito de usar um lenço na universidade é o primeiro passo para transformar a Turquia num estado islâmico.

Os turcos se orgulham de sua sociedade tolerante e não é incomum ver uma garota descoberta com amigas cobertas, ou mulheres da mesma família fazendo escolhas diferentes sobre o uso do lenço de cabeça.

"Minha mãe usa e eu não. Não faz nenhuma diferença", diz Nur Gazan, de 23 anos. O lenço se tornou um fator de divisão na Turquia, que está cada vez mais polarizada na proximidade de uma eleição convocada depois que secularistas barraram a proposta do AKP de eleger o ministro das Relações Exteriores, o islâmico Abdullah Gul, para a presidência do país.

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