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| Foto: Tironi e Associados/AFP

O escritor

Mario Vargas Llosa mesclou produção literária e atuação política. Vida

Nasce em 28/3/1936, emArequipa, no Peru, e logo muda-se para a Bolívia, onde seu avô materno era cônsul.

Primeiros passos

Publica La Huida del Incaem 1952, peça teatral em três atos, e suas histórias começam a chamar a atenção da mídia peruana.

Reconhecimento

É convidado para fazer o doutorado em Madri no ano de 1959 e publica Os chefes, primeira coletânea de contos.

O trabalho de escritor e jornalista o leva para viver em Paris, Londres, Washington, Barcelona e Estocolmo.

Casamentos

Em 1955, casa-se com sua tia, Julia Urquidi, inspiração para o livro de 1977, Tia Júlia e o Escrevinhador.

O segundo casamento ocorre em 1965, com sua prima Patricia Llosa, e eles têm três filhos.

Política

Em 1987, envolve-se no Movimento da Liberdade do Peru e em 1990 candidata-se à Presidência da República no Peru. Mas perde a eleição para Alberto Fujimori.

Fonte: Folhapress

"Quando soube, achei que seria um trote."

Nova York - Para o escritor peruano Mario Vargas Llosa, a Academia Sueca premia, com o Nobel, não só "um escritor, mas o que rodeia o escritor. No caso, a língua, a maravilhosa língua espanhola". "Uma língua que une pessoas de países, crenças e costumes diferentes. Uma das línguas mais enérgicas e criativas do mundo."

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Estocolmo - A Academia Sueca surpreendeu ontem ao conceder o Prêmio No­­bel de Literatura ao pe­­ruano Mario Vargas Llo­­sa, 74 anos. Um dos principais escritores e intelectuais da atualidade, de talento reconhecido em diversos países, Vargas Llo­­sa integrava até ontem a lista dos eternos fa­­voritos ao prêmio sempre preteridos na última hora.

Isso porque as últimas escolhas do comitê sueco privilegiaram autores pouco co­­nhecidos fora de seus países, mais identificados pe­­lo caráter político do que propriamente pelas suas qualidades literárias. Foi o caso da romena Herta Müller, vencedora do prêmio em 2009.

Segundo a Aca­­de­­mia Sueca, que o premiará com cerca de R$ 2,7 mi­­lhões, o peruano foi escolhido "pela sua cartografia das es­­truturas de poder e pelas suas imagens mordazes da resistência, revolta e derrota dos indivíduos’’.

Amiga de Vargas Llo­­sa, a brasileira Nélida Piñon contou que a notícia foi dada em primeira mão à agente do peruano, Carmen Balcells.

Escritores brasileiros definiram como justa e tardia a premiação do peruano, destacando seu domínio das técnicas narrativas.

Entre outros prêmios, o escritor já foi condecorado com o Cervantes, em 1994, e o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha, em 1986.

O Nobel virá ao Brasil em 14 de outubro, quando participa, em Porto Alegre, do Fronteiras do Pensamento.

Veia cômica

Vargas Llosa nasceu em 1936, na cidade de Arequipa. Estudou Letras e Direito em Lima. Em 1959 mudou-se para a Espanha. In­­tercalaria, a partir daí, períodos entre o Peru e a Espanha. No mesmo ano publicou seu primeiro livro, a coletânea de contos Os Chefes.

A ele seguiu-se A Cidade e os Cachorros (1963). A consagração definitiva viria com Conversa na Catedral (1969), em que aborda 30 anos da história peruana.

Outras obras de sucesso são Pantaleão e as Visitadoras (1973) e Tia Julia e o Escrevinhador (1977), ambos críticas de forte veia cômica sobre a sociedade peruana.

Inspirado em Os Sertões, de Eu­­clydes da Cunha, Vargas Llosa elegeu Canudos como tema de A Guerra do Fim Mundo (1981).

O autor chegou a empreender pesquisas em arquivos históricos e viagens ao sertão da Bahia para resgatar a história de um dos conflitos mais sangrentos da história brasileira.

Além da atividade como ficcionista, o autor destaca-se também como crítico literário. Publicou en­­saios sobre Gabriel García Már­­quez e o francês Gustave Flaubert (1821-1880).

Política

A escolha deste ano também chama a atenção por contrariar a tendência de premiar escritores de pensamento de esquerda.

A partir da década de 80, Var­­gas Llosa passou a ser um dos de­­fensores do pensamento neoliberal. Em 1987, participou de um movimento contra a estatização da economia peruana, em voga no governo do presidente Alan García Pérez.

Em 1990 foi candidato à presidência do Peru pela Frente De­­mocrática, partido de centro-direita, mas perdeu para Alberto Fu­­jimori.

Leia amanhã no G Ideias sobre a briga entre Vargas Llosa e Gabriel García Márquez.

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