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Investigação

Vaticano diz na ONU que não há desculpa para a pedofilia

Igreja Católica é investigada por conta de abusos sexuais cometidos por religiosos; Santa Sé promete trabalhar para coibir a prática

Monsenhor Silvano Tomasi (esq.) conversa com Charles Scicluna, fiscal da congregação vaticana, durante reunião em Genebra | Martial Trezzini/Efe
Monsenhor Silvano Tomasi (esq.) conversa com Charles Scicluna, fiscal da congregação vaticana, durante reunião em Genebra (Foto: Martial Trezzini/Efe)

O Vaticano afirmou ontem que não há desculpas para o abuso sexual de crianças por membros do clero. A declaração foi dada na primeira reunião do Comitê da Organização dos Direitos Humanos (ONU) para os Direitos da Criança sobre o tema, com participação de membros da Santa Sé.

O encontro acontece em meio à investigação das Nações Unidas sobre a suspeita de violação da Declaração Universal dos Direitos da Criança pelo clero. O Vaticano é acusado de encobrir o escândalo de abuso sexual por padres que teria ocorrido em países como Estados Unidos, Irlanda e México.

Na sessão de ontem, o representante do Vaticano na ONU, monsenhor Silvano Tomasi, disse que existem abusadores em todas as profissões do mundo, inclusive o clero. "Encontram-se abusadores nas profissões mais respeitadas do mundo e, mais lamentavelmente, entre membros do clero e profissionais da igreja", afirmou.

Ele ainda ressaltou que esses crimes nunca devem ser justificados, independente se ocorrem "em casa, nas escolas, nas atividades esportivas ou nas organizações e estruturas religiosas". O monsenhor prometeu a ajuda da Santa Sé, que, segundo ele, se dispôs a receber sugestões de como coibir a prática.

Esta é a primeira vez que o Vaticano se manifesta publicamente nas Nações Unidas sobre o assunto. No mês passado, a Santa Sé se negou a dar mais informações sobre os procedimentos canônicos que estão sendo efetuados para punir os sacerdotes envolvidos em abuso sexual.

A Cúria Romana afirmou na ocasião que não é responsável pela punição legal aos padres que abusaram de crianças fora de seu território. Apesar da negativa, o papa Francisco criou no mês passado uma comissão destinada a investigar os crimes sexuais cometidos pelo clero.

Em abril, o papa Francisco pediu uma "atuação decisiva" para eliminar os abusos sexuais dos religiosos e garantir que os responsáveis sejam punidos.

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