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O Vaticano recomendou ontem que bispos em todo o mundo co­­operem com as autoridades, in­­formando a polícia sobre casos de sacerdotes que violem ou as­­sediem menores de idade. As su­­gestões enviadas em carta pela Congregação para a Doutrina da Fé, porém, são imprecisas e não chegam a recomendar as regras norte-americanas, que proíbem um sacerdote acusado de realizar missa enquanto houver in­­ves­­tigação pendente contra ele.

O documento representa o mais recente esforço do Vaticano para demonstrar que está determinado a erradicar a pedofilia sacerdota l e prevenir o abuso se­­xual, após vários casos surgirem no ano passado, com milhares de vítimas prestando queixas. Mas é pouco provável que impressione advogados de vítimas, que durante muito tempo culpam o poder dos bispos, em seu empenho por proteger a Igreja Católica e seus sacerdotes a fim de evitar escândalos.

Sem medo de punição eles mes­­mos, muitos bispos várias vezes apenas transferiram pa­­dres suspeitos de paróquia, em vez de informar a polícia ou castigá-los segundo as leis da Igreja.

"Os bispos ignoram ou ocultam os delitos sexuais cometidos contra menores de idade pelo simples fato de que podem fazê-lo", afirmou o principal grupo de vítimas nos Estados Unidos, a Rede de Sobreviventes para Aque­­les Abusados por Sacerdotes, em comunicado divulgado antes da publicação da carta. "Portanto, qualquer ‘reforma’ que não re­­duza o poder e o critério dos bispos é praticamente sem sentido."

A carta reforça a autoridade do bispo no tratamento de casos de abuso sexual. Recentemente, tribunais independentes nos EUA e na Irlanda afirmaram que alguns bispos "falharam miseravelmente" em seguir suas próprias diretrizes e sabotaram o trabalho de tribunais, ao reter in­­formações sobre padres suspeitos.

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