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Cartazes em Ramallah, na Cisjordânia, criticam Israel e o canal de tevê Al-Jazira após vazamento | Abbas Momani/AFP
Cartazes em Ramallah, na Cisjordânia, criticam Israel e o canal de tevê Al-Jazira após vazamento| Foto: Abbas Momani/AFP

Hezbollah pode nomear novo premier

A coalizão política liderada pelo Hezbollah obteve apoio suficiente para indicar o novo premier do Líbano, apenas 12 dias após desfazer o governo ao anunciar sua saída do gabinete liderado por forças pró-Ocidente.

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Cidade de Gaza - O grupo militante islâmico Ha­­mas, que controla a Faixa de Ga­­za, criticou ontem a Autoridade Na­­cio­­nal Palestina (ANP), que controla a Cisjordânia, após do­­cumentos vazados mostrarem que negociadores da ANP estavam dispostos a ceder grandes partes de Jerusalém Oriental pa­­ra Israel.

Em resposta, as autoridades palestinas negaram que os representantes responsáveis pela negociações com Israel em maio de 2008 tenham aceitado abrir mão do controle de Jerusalém Oriental e da Esplanada das Mes­­quitas, conforme foi divulgado pelo ca­­nal de tevê Al-Jazira no do­­mingo.

O lote de documentos detalha contatos entre israelenses e palestinos por mais de uma década e mostra que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, foi avisado an­­tes da invasão israelense em Gaza em 2008.

Um porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que os documentos revelam "a face repulsiva da Autoridade, e o nível de sua cooperação com a ocupação". "Esses documentos secretos que foram apresentados pela Al-Jazira são sérios."

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, disse, em entrevista à im­­prensa, que o vazamento "tem o objetivo de confundir as reivindicações de cada uma das partes".

Os papéis divulgados pela Al- Jazira em parceria com o britânico Guardian indicam que os negociadores palestinos ofereceram aos israelenses concessões muito maiores do que as que foram reveladas nos últimos tempos, como a soberania sobre assentamentos judeus.

O secretário-geral da Organi­­zação para a Libertação da Pales­­tina (OLP), que apoia a ANP, Yasser Abed Rabbo, acusou ainda o go­­verno do Catar de usar a Al-Jazira para se engajar em "jogos de mí­­dia, para enganar o cidadão co­­mum". Rabbo afirmou que a re­­por­­tagem da Al-Jazira foi montada sobre "citações fora do contexto". Um grupo de manifestantes ata­­cou a sede da emissora na Cis­­jordânia.

Os documentos mostram, para o Hamas, "o nível de envolvimento da Autoridade Nacional Pa­­les­­tina em tentativas de liquidar com a causa palestina, particularmente na questão de Jerusalém e dos refugiados, e seu envolvimento contra a resistência na Cisjordânia e na Faixa de Gaza".

Imbróglio

A Autoridade Nacional Palestina é controlada pelo movimento se­­cular Fatah, um rival do Hamas. O movimento islâmico controla Ga­­za desde 2007, quando expulsou as forças do Fatah, um ano após o Hamas vencer as eleições legislativas. O Hamas e o Fatah eram ri­­vais duros havia anos, mas o ressentimento piorou quando o Ha­­mas venceu as eleições e depois expulsou o Fatah de Gaza.

Desde então, os territórios pa­­lestinos estão na prática divididos em dois, com Abbas controlando apenas a Cisjordânia. As conversas pela reconciliação, ocorridas em setembro e novembro do ano passado, terminaram sem avanços.

As relações pioraram após documentos diplomáticos dos EUA, vazados pelo site Wiki­­Leaks, mostrarem que o Fatah pediu que Israel atacasse o Ha­­mas em 2007. Os telegramas diplomáticos também mostram que Israel ofereceu-se pa­­ra coordenar sua ofensiva na Faixa de Gaza com o Fatah, mas o grupo rejeitou a oferta.

As forças israelenses lançaram a operação militar em de­­zembro de 2009, com o objetivo declarado de interromper o disparo de fo­­guetes na Faixa de Gaza.

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