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Oposicionistas comemoram vitória após 17 de domínio chavista. | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Oposicionistas comemoram vitória após 17 de domínio chavista.| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

A vitória da oposição nas eleições parlamentares da Venezuela, no último domingo (6), fortalece a tese de esgotamento da “onda vermelha”, ciclo político de centro-esquerda que predominou nos principais governos da América Latina, nos últimos 15 anos. São indícios a eleição de Maurício Macri, na Argentina, e a ameaça de impeachment de Dilma Rousseff , no Brasil.

Além da crise econômica, os governos de centro-esquerda enfrentam um “desgaste destes modelos e incapacidade de lidar com novos desafios”, na opinião de Thiago Galvão, da Universidade de Brasília (UnB). Ele diz que é cedo para falar em uma “onda de direita”, pois só a Argentina trocou seu governante .

Com 96% dos votos apurados na Venezuela, a oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) já contava com 99 deputados dos 167 possíveis, até o fechamento desta edição. A depender dos 22 ainda não apurados, a oposição pode garantir maioria qualificada. É o que permite a convocação de um referendo em que a população pode votar se quer a continuidade de Nicolás Maduro na Presidência do país, em abril do ano que vem.

O resultado eleitoral deve amenizar as críticas do argentino Macri, que já sinalizou voltar atrás no pedido de punição à Venezuela, no Mercosul. O novo comandante da Casa Rosada deve aliar-se a Maduro e Dilma para resolver problemas como a crise energética e a disputa das Ilhas Malvinas, que demandam soluções diplomáticas.

Uma mudança de poder na Venezuela já em 2016 pesaria a balança do Mercosul para os governos de direita, que passariam a ocupar três cadeiras, contra dois de centro-esquerda. A tendência é de que a integração latino-americana saia do campo “social” e passe para o econômico, como acordos tarifários, abertura de bancos e aumento nas importações, explica Jaqueline Afonso, professora da Unicuritiba.

O que é “crise de projeto” dos governos, por um lado, é também fim de um ciclo de maturação das democracias latino-americanas, na avaliação de Jaqueline Afonso.

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