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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teria desistido da candidatura de seu país ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em benefício da Bolívia, disse nesta terça-feira o presidente boliviano, Evo Morales.

- O comandante Chávez me ligou esta manhã. Ele me disse que não pôde conseguir dois terços para o Conselho de Segurança e depois o companheiro Chávez disse que ele deixa a candidatura para a Bolívia. Somos candidatos ao Conselho de Segurança - anunciou Morales a uma platéia de médios empresários.

A decisão, segundo o boliviano Morales, teria se dado por causa do impasse que se criou na ONU nas últimas semanas. Após 35 rodadas de votação, nem a Venezuela de Chávez - arquiinimigo do presidente americano George W. Bush - nem a Guatemala - apoiada pelos Estados Unidos - conseguiram votos suficientes para serem eleitas para a vaga latino-americana no Conselho de Segurança da ONU.

O ganhador ficará pelos próximos dois anos em um dos 10 assentos rotativos do Conselho de Segurança, o órgão máximo das Nações Unidas. Hoje, o ocupante do cargo é a Argentina, que sairá em dezembro.

Até as 19h desta terça-feira, o venezuelano Hugo Chávez não havia comentado a declaração de Morales. O embaixador da Venezuela na Organização das Nações Unidas (ONU), no entanto, minimizou as declarações do presidente boliviano e disse que o país ainda estava avaliando a melhor forma de pôr fim ao impasse com a Guatemala na disputa por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU.

O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) e outros dez rotativos. Em 1º de janeiro sairão Argentina, Dinamarca, Grécia, Japão e Tanzânia. Já Eslováquia, Gana, Peru, Qatar e República Democrática do Congo ficarão no conselho até 2008.

Os países titulares do dez assentos rotatórios têm direito a voto, mas não a veto - um privilégio reservado somente aos membros permanentes.

- O companheiro Hugo Chávez disse que para buscar consenso ele deixará a candidatura com a Bolívia - disse o presidente Evo Morales em um evento na cidade de El Alto, na periferia da capital La Paz. - Oxalá conseguiremos os dois terços dos votos necessários para sermos eleitos - completou Morales.

O governo americano não se manifestou sobre a mudança, mas é improvável que veja com bons olhos a candidatura boliviana, país muito próximo da Venezuela de Chávez e com o qual já teve problemas políticos recentemente.

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