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A Venezuela, que sofre com interrupções no fornecimento de eletricidade, afirmou que considera propostas formais de Brasil e Colômbia para receber energia. "Se há uma oferta da parte da Colômbia, bem, vamos analisá-la, assim como vamos fazer com uma oferta feita pelo Brasil", disse o ministro de Eletricidade da Venezuela, Alí Rodríguez, em comunicado divulgado na noite de terça-feira (16). Porém, ele notou que o governo do presidente Hugo Chávez apenas aceitará uma iniciativa do tipo caso seja considerada necessária.

Funcionários colombianos teriam oferecido, no fim de semana, o envio de eletricidade à Venezuela para ajudar a solucionar a crise energética no vizinho. Esses funcionários teriam dito que a Colômbia tem mais eletricidade que o necessário no momento. A aparente oferta ocorre apesar de uma longa disputa entre os dois países. Chávez é um forte crítico da aproximação do governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, com os Estados Unidos.

Sobre o Brasil, Rodríguez lembrou que a Venezuela atualmente exporta uma pequena quantidade de eletricidade para o País. Segundo o ministro, agora o Brasil propôs que a Venezuela passe a receber energia. Uma forte seca na Venezuela, que tem forte dependência de hidrelétricas para seu abastecimento de energia, causou a crise no setor, em um contexto de aumento da demanda. Especialistas também acusam o governo local de não fazer os investimentos necessários para evitar o problema.

O governo Chávez determinou nos últimos meses que a eletricidade fosse racionada, impondo blecautes e limitando o horário de funcionamento de lojas, escritórios e outros locais. Rodríguez afirmou que qualquer plano de importar eletricidade de vizinhos seria algo secundário à iniciativa principal de resolver o problema energético venezuelano. O governo tem um plano para expandir a capacidade de geração de energia.

Investimentos

O ministro contou, mais cedo neste mês, que o governo deve aumentar a capacidade instalada em 17% até 2010, construindo novas plantas energéticas e consertando algumas mais antigas. A ideia é aumentar a capacidade instalada da Venezuela para quase 28 gigawatts, em comparação aos cerca de 24 gigawatts do início deste ano. Muito dessa capacidade viria de complexos que gerariam energia a partir do petróleo e de termoelétricas que utilizam gás, disse o ministro.

Apenas um quarto da eletricidade da Venezuela, um país rico em petróleo, é derivada deste produto ou de termoelétricas a gás. Mais de 70% da eletricidade vem das hidrelétricas. O consumo de energia per capita no país está bem abaixo dos países desenvolvidos, mas é o maior na América Latina.

Analistas afirmam que a relutância do governo em aumentar os preços da eletricidade durante anos de forte inflação ajudou a fazer a demanda crescer. Isso, por outro lado, reduziu os incentivos para novos investimentos.

Multas para quem gastar muita água

Por causa da seca que ameaça o abastecimento de água e energia em ano eleitoral, o governo da Venezuela determinou a cobrança de pesadas taxas a quem exceder os níveis normais de consumo de água.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal Ultimas Noticias, o ministro do Meio Ambiente, Alejandro Hitcher, disse que a punição valerá a partir de 1o de março, e que a multa será equivalente a várias vezes o custo básico da água.

Por causa da seca, Caracas vive um racionamento de água, com cortes de dois dias a cada semana.

Hitcher disse que o consumidor que for multado e não pagar rapidamente o que deve pode ficar sem abastecimento de água. No ano passado, Chávez já havia conclamado a população a reduzir seus banhos a três minutos.

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