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Manifestantes pisam em bandeira dos EUA durante o Fórum da Sociedade Civil, evento paralelo à Cúpula das Américas, no Panamá. | Mariana Bazo / Reuters
Manifestantes pisam em bandeira dos EUA durante o Fórum da Sociedade Civil, evento paralelo à Cúpula das Américas, no Panamá.| Foto: Mariana Bazo / Reuters

A Venezuela bloqueou o documento final da Cúpula das Américas, frustrando a expectativa de um evento que marcaria a união do hemisfério após o fim do isolamento de Cuba. Esta será a terceira cúpula consecutiva sem um comunicado final por falta de consenso. Das outras vezes, a participação de Cuba, exigida pela maioria dos países e rejeitada pelos Estados Unidos, era o obstáculo.

“Viva Fidel”

Evento paralelo à 7ª Cúpula das Américas, o Fórum da Sociedade Civil foi palco de cenas pró-revolução ontem na Cidade do Panamá. Cerca de 20 venezuelanos e cubanos gritaram “Viva Fidel” e “Viva Maduro” no local do evento. O primeiro dia do Fórum teve uma palestra do ex-presidente americano Bill Clinton.

A 7ª Cúpula das Américas começa hoje, na Cidade do Panamá. Havia a expectativa de consenso, já que o presidente americano, Barack Obama, deverá anunciar a retirada de Cuba da lista dos países que “apoiam o terrorismo”, em mais um passo no processo de reaproximação entre os países.

A Venezuela, no entanto, anunciou que não haverá documento final. Apoiado por Nicarágua e Bolívia, o país insistiu em incluir no preâmbulo do documento três parágrafos com uma condenação às sanções impostas pelos EUA a autoridades venezuelanas, citando a ordem executiva assinada pelo presidente Barack Obama em 9 de março.

O documento só é aprovado com apoio unânime. Os países recorreram a uma solução improvisada — um relatório do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, que reúne as posições em que há acordo. O sumário não tem a mesma força de um documento final.

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Nenhum brasileiro assinou documento, que critica também controle do governo sobre os meios de comunicação.

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Nos últimos dias, os EUA tentaram se aproximar da Venezuela. Thomas Shannon, assessor do secretário de Estado, John Kerry, visitou Caracas; e o assessor de segurança da Casa Branca, Ben Rhodes, disse a Venezuela não é uma ameaça aos EUA, como constava da ordem assinada por Obama.

“Mantivemos a exigência de que se incluísse no documento pedido de revogação do decreto imperial dos EUA”, disse a chanceler Delcy Rodríguez.

Liderança

Os EUA chegam à Cúpula com a intenção de recuperar influência na América Latina, diante da derrocada econômica venezuelana e do enfraquecimento da “petrodiplomacia” do país. Os EUA vêm oferecendo financiamento para países da América Central e do Caribe, para diversificação de fontes de energia, a fim de reduzir a dependência do combustível fóssil fornecido pela Venezuela por meio da Petrocaribe, criada em 2005 pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

Para os EUA, ajudar os países a se livrarem da dependência do petróleo venezuelano tem importância geopolítica. Com a crise econômica, um número recorde de imigrantes está chegando aos EUA. O governo Obama criou um programa de US$ 1 bilhão para ajudar esses países.

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