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O governo da Venezuela pediu na sexta-feira à Espanha e ao Senado do Brasil para que se ocupem de seus problemas e evitem opinar sobre os assuntos da Venezuela, depois das críticas que recebeu relacionadas à saída do ar do canal de televisão RCTV.

A decisão do governo venezuelano de não renovar a licença de transmissão do canal motivou duros ataques internacionais.

O ministro venezuelano de Relações Exteriores, Nicolás Maduro, respondeu às críticas de seu colega espanhol, Miguel Ángel Moratinos.

"Que se respeite, eles têm de respeitar a Venezuela, ninguém pode vir a opinar. A sociedade espanhola tem problemas suficientes para que venham opinar sobre nossos problemas", afirmou.

Depois de uma reunião com a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, que classificou a medida como antidemocrática, Moratinos afirmou na sexta-feira: "Expressamos nosso desejo e vontade para que se possa devolver aos venezuelanos as garantias de livre informação e expressão".

Houve também uma troca de acusações entre o Senado brasileiro e o presidente Hugo Chávez, que levou Brasília a convocar o embaixador venezuelano para dar explicações.

"Eles têm problemas internos suficientes lá, nessa sociedade e nesses partidos políticos de direita (...) para se imiscuírem nos assuntos de outros países", disse o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Nicolás Maduro, em entrevista à cadeia Unión Radio.

Chávez se referiu, na quinta-feira, aos senadores do Brasil como porta-vozes dos interesses norte-americanos, depois da crítica do Senado pelo fim das emissões da RCTV, que o presidente Venezuela há anos acusa de "golpista" e contrária a seu governo, por ter apoiado em 2002 o golpe que retirou Chávez brevemente do poder.

Lula se manifestou na sexta-feira e assegurou: "Eu penso que Chávez tem de cuidar da Venezuela, eu, do Brasil, (George W.) Bush, dos Estados Unidos e assim por diante. Cada país faz o que tem de fazer da forma mais soberana que puder".

O Brasil tem crescentes interesses empresariais e comerciais na Venezuela, algo que, segundo analistas, influencia na decisão de Lula de evitar choques com seu colega venezuelano, que mantém um permanente enfrentamento com os EUA.

Além dos protestos internacionais, os venezuelanos fizeram manifestações em várias cidades contra a medida que encerrou a TV.

Por outro lado, simpatizantes do governo marcharão no sábado em Caracas para demonstrar seu apoio à retirada do ar da RCTV, que teve seu sinal substituído pelo da emissora de serviço público TVes, patrocinada pelo governo.

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