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Presidente Nicolás Maduro é acusado de esconder dados que gerem debate  politico. | HANDOUT/REUTERS
Presidente Nicolás Maduro é acusado de esconder dados que gerem debate politico.| Foto: HANDOUT/REUTERS

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela rejeitou o pedido de uma organização não governamental para que o Banco Central do país informe qual é a taxa de inflação. Há cinco meses sem conhecer estes dados, os venezuelanos encaram uma grave crise econômica, com escassez de produtos e um crescente mercado negro -- a combinação tem gerado ondas de violência e saques nos supermercados do país. Mesmo sem números, analistas econômicos acreditam que o país esteja beirando a hiperinflação.

O Índice de Preços ao Consumidor, que antes era divulgado mensalmente, se tornou um segredo de estado na Venezuela. Na última vez em que foi divulgado oficialmente, em fevereiro, registrou uma variação de 5,6% com relação ao mês de janeiro. Segundo a mídia independente, o governo de Nicolás Maduro costuma evitar a circulação de estatísticas que possam alimentar o debate político.

Em julho, a organização Transparência Venezuelana apresentou ao TSJ um pedido contra o presidente do Banco Central, Nelson Merentes, ministro da Economia nos gabinetes de Hugo Chávez e Maduro. A ação legal acusava Merentes de “não cumprimento de obrigação na publicação das principais estatísticas econômicas do país”.

Porém, a decisão de número 935 do dia 4 de agosto da Sala Político Administrativa do Supremo Tribunal indeferiu o recurso, alegando que os requerentes não haviam feito diligências suficientes para obter os dados do Banco Central. Em nota, a ONG classificou a decisão como nada surpreendente e “ultrajante”.

Ainda de acordo com os índices oficiais, com base nos anos de 2013 (56%) e 2014 (68,5%), a alta nos preços da Venezuela estava entre as maiores do mundo. A tendência é que, neste ano, atinja índices típicos de hiperinflação. A agência JP Morgan, em seu relatório mais recente, desta terça-feira, no jornal “El Nacional”, de Caracas, previa um aumento de 140%.

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