• Carregando...
Manifestantes colocaram fogo em pneus, quebraram vidros de lojas e painéis e picharam placas e prédios públicos | Miguel Gutiérrez / EFE
Manifestantes colocaram fogo em pneus, quebraram vidros de lojas e painéis e picharam placas e prédios públicos| Foto: Miguel Gutiérrez / EFE

Na madrugada deste sábado (15), pelo menos dois manifestantes foram baleados durante protesto em Chacao, na região de Caracas, contra as três mortes durante as manifestações da última quarta-feira na Venezuela.

Forças de segurança na Venezuela usaram canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar estudantes em protestos na principal avenida de Caracas na terceira noite consecutiva de manifestações contra o governo. Cerca de mil manifestantes, na maioria estudantes, bloquearam o trânsito durante várias horas para pedir justiça pelos dois estudantes mortos em meio aos embates com a polícia e milícias armadas pró-governo.

Os manifestantes ainda pediam a liberação de 69 presos nos atos, em sua maioria estudantes, acusados de incitação à violência. O confronto começou no início da noite, quando forças da Guarda Nacional Bolivariana tentaram desbloquear uma autoestrada.

Eles colocaram fogo em pneus, quebraram vidros de lojas e painéis e picharam placas e prédios públicos. A depredação foi reprimida pelos agentes com bombas de gás lacrimogêneo.

A fumaça dos artefatos usados pela polícia e do lixo queimado pelos manifestantes fez com que dezenas de moradores fossem levados a hospitais da região com falta de ar.

De acordo com a secretaria de Saúde da cidade, outras duas pessoas ficaram feridas após serem baleadas na manifestação. Um deles, Gonzalo Fernández, sofreu uma lesão renal provocada por uma bala. Não há informações sobre que grupo teria feito os disparos com munição letal.

A Procuradoria-Geral da Venezuela informou na sexta-feira que, das 99 pessoas detidas por suposta relação com os atos de violência nos protestos, 25 foram liberadas e 74 ainda permaneciam presas em todo o país.

Ele acusa os manifestantes de terem lançado pedras contra ambulâncias da prefeitura que socorriam pessoas que sentiram falta de ar.

Marcha

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou ontem uma nova marcha "pela paz e contra o fascismo" para este sábado (15), depois das manifestações de quarta-feira que deixaram três mortos, e disse que seu país "não é a Ucrânia" ao se referir a um suposto plano para derrubar seu governo.

"Está sendo convocada uma grande marcha para todas as forças sociais e políticas da revolução bolivariana pela paz e contra o fascismo, portanto, eu me junto à convocação, no sábado todo o povo de Caracas, vamos fazer a passeata contra o fascismo, contra a violência, contra o golpismo", disse Maduro.

O presidente deu essas declarações durante uma reunião com seu gabinete ministerial que foi transmitida em rede nacional obrigatória de rádio e televisão, na qual afirmou que os incidentes de violência de ontem fazem parte de um plano de um grupo de oposição e o responsabilizou pelas mortes e pelos mais de 60 feridos.

Maduro comparou esse suposto plano que, segundo ele tem como fim derrubá-lo, com os recentes incidentes violentos na Ucrânia e que terminaram com a renúncia do governo de Mikola Azarov, o que ele garantiu que não vai acontecer na Venezuela.

Acusações

O vandalismo no protesto gerou acusações entre Muchacho e o presidente Nicolás Maduro, seu adversário político. O mandatário nacional anunciou que vai criar um plano de segurança "para a paz" que investigará a ação do que chamou de "focos violentos" dos protestos.

"Não se devem fechar as autoestradas, não vou permitir. Já chega! As pessoas tem direito a viver, tá? Não que quatro moleques fechem as autoestradas".

Maduro ainda pediu que os governos regionais façam sua parte para controlar a violência. Questionado sobre o tema, o prefeito de Chacao disse que assumiu sua responsabilidade e criticou Maduro.

"Não dou ordens ao governo nem aos militares, por mais que eu gostaria. Quem acredita nisso me sobrestima e me atribui poderes que eu não tenho. Nós assumimos nossa responsabilidade".

No entanto, Maduro afirmou que se os líderes da oposição querem democracia, diálogo e convivência são "bem-vindos".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]