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Visita a Xi

Viagem de Petro à China gera preocupação na Colômbia e ameaça dos EUA

Presidente esquerdista disse que assinará em Pequim uma carta de intenções para adesão da Colômbia à Nova Rota da Seda (Foto: EFE/Cesar Carrion/Presidência da Colômbia)

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, iniciará no sábado (10) uma viagem de dez dias à China, o que tem gerado críticas dentro do país.

O mandatário esquerdista anunciou a viagem em abril, num discurso no qual afirmou que se encontrará com o ditador Xi Jinping, não apenas como presidente da Colômbia, mas também como líder da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que realizará um fórum com a China.

Os Estados Unidos, com quem o presidente colombiano já trocou farpas desde a volta de Donald Trump à Casa Branca, fizeram uma ameaça.

“A viagem do presidente Gustavo Petro à China é uma oportunidade para as rosas do Equador e o café da América Central”, disse Mauricio Claver-Carone, enviado especial do Departamento de Estado americano para a América Latina, em referência a dois dos principais produtos que a Colômbia exporta para os Estados Unidos, sugerindo que Washington deve procurar outros fornecedores em caso de aproximação de Bogotá com Pequim.

Numa mensagem divulgada nesta terça-feira (6) nas redes sociais, o ex-presidente Iván Duque (2018-2022) manifestou oposição à ideia de Petro de assinar com a China um acordo de adesão à Nova Rota da Seda – projeto chinês de investimentos em infraestrutura em outros países, criticado por gerar grandes dívidas para os países signatários.

Nesta terça-feira, Petro afirmou que assinará em Pequim uma carta de intenções para adesão da Colômbia ao programa. “É isso que vou fazer agora, um acordo de intenções. Os governos futuros verão se as intenções se tornam realidade”, disse o presidente, segundo informações da agência EFE.

O mandato de Petro termina em 2026 e na Colômbia a legislação eleitoral não permite que um presidente busque a reeleição.

“Para nós, o relacionamento com a China sempre foi importante, mas também garantimos que a Colômbia mantivesse sua independência na condução de nossas relações internacionais”, afirmou Duque, a respeito das relações exteriores durante seu governo.

“Nunca estivemos dispostos a permitir que um acordo dessa natureza nos amarrasse aos interesses estratégicos da China, muito menos quando isso poderia comprometer o relacionamento com os Estados Unidos, que, sob nossa administração, era mantido no mais alto nível possível”, acrescentou o ex-presidente.

Em entrevista ao site argentino Infobae, Juan Espinal, representante do partido oposicionista Centro Democrático no departamento de Antioquia, pediu “prudência” nas conversas em Pequim.

“Mais de 35% do total das exportações da Colômbia estão em jogo; é isso que enviamos para os Estados Unidos”, alertou.

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