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Os holandeses encaram a tragédia com sobriedade – o que, para um observador brasileiro, pode às vezes confundir-se com frieza. Mas o luto e o sofrimento nacionais existem. A tristeza estava no rosto das poucas pessoas que visitavam o local do tiroteio ontem à tarde. Por volta das 21h30, no entanto, milhares de pessoas carregando velas e flores reuniram-se no local para uma vigília em homenagem às vítimas. A cerimônia contou com a participação do primeiro-ministro Mark Rutte. "Alguns acontecimentos não podem ser descritos em palavras, e esse é um deles", disse Rutte. "Essa tragédia abre profundas feridas na comunidade de Alphen. A Holanda foi baleada e chora unida pelo ato incompreensível de um solitário."

A comoção causada pelo crime fez com que os telejornais alcançassem os maiores níveis de audiência desde os atentados do 11 de Setembro de 2001, de acordo com uma reportagem publicada na versão on-line do periódico De Volkskrant. Um livro de condolências no site da prefeitura de Alphen aan den Rijn recebeu mais de 7 mil mensagens.

Ontem à tarde, antes da partida entre Ajax e Groningen pelo campeonato holandês de futebol, torcedores e jogadores fizeram um minuto de silêncio em lembrança à tragédia. De acordo com a imprensa local, também houve mais público em missas e outras cerimônias religiosas do domingo. Porém esse movimento é relativo, uma vez que a sociedade holandesa tem um dos maiores índices de ateus e agnósticos do planeta – 27% de acordo com a pesquisa Eurobarometer de 2005. Ao caminhar pelo centro de Alphen aan den Rijn na tarde de ontem, não era possível encontrar uma igreja aberta. No bairro de Ridderhof, no entanto, o pastor protestante Kees van Stralen organizava orações pelos mortos na chacina.

As autoridades locais, por sua vez, são extremamente cautelosas ao repassar dados da investigação para os jornalistas. Informações básicas sobre o perfil das seis vítimas só foram divulgadas ontem à tarde, mais de 25 horas depois do crime.

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