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A onda de violência causada pelo narcotráfico está afetando o crescimento econômico de Monterrey, a cidade mais rica do México, e levando alguns empresários a reverem seus investimentos industriais na região, disse na sexta-feira o governador do estado de Nuevo León, onde fica Monterrey.

"Se o país e Nuevo León não tivessem esses conflitos atualmente, estaríamos crescendo bem mais rápido", disse o governador Rodrigo Medina.

Monterrey, perto da fronteira com os Estados Unidos, tem uma economia voltada para as exportações industriais, que responde por 8 por cento do PIB mexicano. Mas a elevada frequência de homicídios, extorsões e tiroteios têm levado algumas empresas a reverem seus planos de expansão, depois da forte recessão do ano passado no país.

Na quinta-feira, homens armados estacionaram ônibus e caminhões atravessados nas rodovias que cortam a cidade para tentar atrapalhar os militares depois de um tiroteio que resultou na morte de três pistoleiros e um fuzileiro naval.

O México está assolado pela violência do narcotráfico desde que o presidente Felipe Calderón tomou posse, no final de 2006, e mobilizou as Forças Armadas para combaterem os cartéis que exportam cocaína para os EUA. Grande parte dos crimes se deve também a disputas entre traficantes pelas rotas do envio de drogas.

Só neste ano, Monterrey e arredores registraram 650 homicídios ligados ao tráfico, o que é mais do que a soma dos quatro anos anteriores.

Cidade com a maior renda per capita do país, a apenas 230 quilômetros da fronteira com os EUA, Monterrey é a sede de algumas das maiores empresas mexicanas, como a Cemex (cimento), e também tem fábricas de grandes companhias globais, como General Electric.

"Temos de reconhecer (que a violência) pode ter afetado as decisões dos investidores", disse Medina. "Encontrei alguns casos (de empresas congelando decisões de investimento em Monterrey)." O governador disse que isso inclui indústrias estrangeiras, mas não deu detalhes.

No cargo desde o ano passado, Medina disse que a economia de Nuevo León deve crescer 6% este ano, acima da previsão para o país inteiro, de 4,5%, mas aquém dos 7,5% que o Estado cresceu em 2006, antes do início da "guerra às drogas" que já matou 29 mil pessoas.

Líderes empresariais locais temem que centros econômicos importantes do norte do México, como Monterrey, percam investimentos para Brasil, China ou Índia.

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