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Protestantes egípcios tomam a Praça Tahrir no Cairo para se manifestar contra a junta militar depois de violência em estádio de futebol | AFP PHOTO/KHALED DESOUKI
Protestantes egípcios tomam a Praça Tahrir no Cairo para se manifestar contra a junta militar depois de violência em estádio de futebol| Foto: AFP PHOTO/KHALED DESOUKI

Diretor de clube egípcio denuncia pistoleiros infiltrados entre torcedores

Um diretor do clube egípcio Al-Masry, Mohamed Sein, denunciou nesta quinta-feira (2) à Agência Efe a existência de pistoleiros infiltrados entre os torcedores da equipe da cidade de Port Said, que na quarta-feira foi cenário da maior tragédia do futebol egípcio.

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Torcedores egípcios se voltam contra chefe militar após tragédia

A torcida organizada de futebol que teve papel de destaque na derrubada de Hosni Mubarak escolheu agora como alvo o marechal Mohamed Hussein Tantawi, atual homem forte do país

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Egípcios indignados com a morte de 74 pessoas num estádio de futebol realizaram protestos nesta quinta-feira, enquanto torcedores e políticos acusaram a junta militar do país de negligência.

Veja as fotos do confronto no estádio egípcio

Vídeo mostra confusão dentro de estádio

Jovens bloquearam as ruas próximas à sede da TV estatal e a famosa Praça Tahrir, no Cairo, e uma multidão se reuniu na principal estação ferroviária da cidade para receber torcedores que chegavam de Port Said, local da tragédia.

"Abaixo o regime militar", gritava a multidão ao ver os corpos cobertos sendo retirados dos trens.

Essa foi a pior tragédia na história do futebol egípcio, e o mais letal incidente no país desde a queda do presidente Hosni Mubarak, há um ano.

Pelo menos mil pessoas ficaram feridas na invasão do campo e nas brigas nas arquibancadas ocorridas na quarta-feira à noite, ao final da partida entre Al Masry e Al Ahli. Testemunhas disseram que muitos torcedores morreram prensados em portões trancados do estádio.

Políticos criticaram a escassa presença policial num jogo que já era considerado de alto risco, e alguns acusaram a junta militar de tolerar ou até causar a briga.

O Parlamento realizou uma sessão extraordinária para discutir a violência. A Irmandade Muçulmana, que domina a assembleia, disse que uma mão "invisível" está por trás da tragédia.

Segundo o Ministério do Interior, o tumulto foi provocado por um grupo de torcedores que desejava deliberadamente causar "anarquia, distúrbios e corre-corre".

Centenas de pessoas se reuniram nos arredores do estádio nesta quinta-feira gritando "Port Said é inocente, isto é uma conspiração".

Críticos frequentemente acusam o Exército egípcio de semear a discórdia para solapar a transição para um regime civil, que os militares prometem para meados deste ano.

Ativistas convocaram uma passeata para a tarde desta quinta-feira, indo da sede do Al Ahli, no centro do Cairo, até o Ministério do Interior.

"O conselho militar quer provar que o país está se dirigindo para o caos e a destruição. Eles são homens de Mubarak. Estão aplicando a estratégia dele quando ele disse: 'Escolham entre mim e o caos'", disse o técnico de laboratório Mahmoud el Naggar, 30, membro da Coalizão da Juventude Revolucionária em Port Said.

O marechal Mohamed Tantawi, chefe da junta militar, concedeu uma rara entrevista telefônica ao canal de TV pertencente ao Al Ahli, prometendo identificar os culpados pela tragédia. O Exército anunciou três dias de luto oficial.

"Lamento profundamente o que aconteceu na partida de futebol em Port Said. Ofereço minhas condolências às famílias das vítimas", afirmou Tantawi em declarações transmitidas pela TV estatal.

Mas isso não aplacou a ira dos torcedores. "O povo quer a execução do marechal", gritava a multidão na estação ferroviária do Cairo. "Vamos assegurar os direitos deles, ou morreremos como eles."

Momento em que os torcedores invadem o campo

Torcedores são socorridos no vestiário do Al Ahli

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