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América do Sul

Violência marca greve anti-Morales

Forças de segurança e manifestantes entram em confronto nas principais cidades da Bolívia

La Paz – A greve de 24 horas convocada em seis dos nove Departamentos da Bolívia "em defesa da democracia'' e contra o presidente, Evo Morales, começou na madrugada de ontem com episódios de violência e prisões, principalmente em Santa Cruz (leste) e Cochabamba (centro). A tevê local mostrou cenas de confrontos entre manifestantes e policiais, apedrejamento de veículos, saques e ataques a lojas.

Várias políticas de Morales estão na mira dos grevistas, com destaque para a decisão de processar quatro dos cinco magistrados do Tribunal Constitucional por prevaricação. A Associação dos Magistrados da Bolívia anunciou que fará outra greve amanhã e na sexta-feira "em defesa das instituições democráticas do país''.

Também são alvos de críticas a suposta influência da Venezuela na Bolívia e a oposição de Morales à transferência dos Poderes Executivo e Legislativo de La Paz para Sucre, que já abriga o Poder Judiciário.

A paralisação geral foi determinada pelos chamados comitês cívicos, que reúnem empresários e políticos oposicionistas, dos Departamentos de Santa Cruz, Chuquisaca, Tarija, Beni, Pando e Cochabamba.

A greve afetou principalmente as cidades de Cochabamba, Sucre, Tarija, Santa Cruz de la Sierra, Trinidad e Cobija. A estimativa é que dois terços dos quase 10 milhões de bolivianos tenham sentido os efeitos da paralisação. Em Cobija, capital de Pando, a passagem para o Brasil foi bloqueada.

A Central Operária Boliviana foi contra a ação, e o Ministério do Trabalho disse que a greve é ilegal e que faltosos terão descontos nos salários.

Violência

A TV local mostrou ontem imagens de membros da União Juvenil Cruzenhista (UJC), movimento de extrema-direita de Santa Cruz, destruindo lojas e ônibus e atacando mercados que tentavam burlar a greve. A violência ocorreu principalmente na cidade de Santa Cruz de la Sierra, onde duas pessoas ficaram gravemente feridas e dois radicais foram presos.

O ministro do Interior boliviano, Alfredo Rada, afirmou ao canal ATB que as cenas de violência mostram "a prática absurda de obrigar todo mundo a acatar uma medida que não é consenso''. Segundo Rada, em Cochabamba, onde a repressão policial foi mais forte, três pessoas foram presas por tentativas de forçar adesão à greve.

A manifestação foi marcada também por slogans anti-Venezuela. "Viva a democracia, morra Evo, morra Chávez'', gritavam os grevistas, em alusão ao presidente venezuelano, Hugo Chávez. Na segunda-feira, a oposição acusou Morales de ser controlado pela Venezuela.

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