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BAGDÁ - Dezenas de pessoas morreram no Iraque depois que o ataque contra uma importante mesquita xiita desencadeou os piores incidentes sectários registrados no país desde a queda de Saddam Hussein, informou a polícia nesta quinta-feira.

Quarenta corpos foram achados no sul de Bagdá, em Nahrawan, indicaram a polícia e membros do Exército iraquiano, mas não estava claro se estavam incluídos já em uma contagem inicial de 58 mortos nas últimas 24 horas em Bagdá.

Na cidade de Baquba, ao nordeste da capital, uma bomba contra uma patrulha do Exército iraquiano nesta quinta-feira matou 12 pessoas e deixou 21 feridos.

Um grupo de homens armados atacou uma mesquita sunita nessa mesma cidade, causando a morte de uma pessoa no mais recente de dezenas de incidentes deste tipo que líderes religiosos e políticos tentam frear para evitas que desemboquem em uma guerra civil.

A maior parte das pessoas mortas em Bagdá era de árabes sunitas que foram atacados em mesquitas, disse a polícia.

Três jornalistas que trabalhavam para a rede de televisão árabe Al Arabiya morreram em tiroteios em Samarra, onde o ataque sem vítimas, mas altamente simbólico realizado na quarta-feira contra a Mesquita Dourada provocou protestos generalizados.

Na represália mais sangrenta pela destruição causada em um dos lugares mais sagrados do Islã xiita, homens vestidos com uniformes da polícia levaram 12 supostos rebeldes sunitas, entre eles dois egípcios, de uma prisão da cidade de Basra, de maioria xiita, e mataram 11 deles.

O principal grupo árabe sunita do Iraque, a Frente de Coordenação Iraquiana, boicotou um encontro convocado pelo presidente Jalal Talabani nesta quinta-feira para acalmar as tensões e acusaram o governo liderado pelos xiitas de fracassar na proteção de mesquitas sunitas.

- A liderança do Frente de Coordenação Iraquiana enviou suas justificativas ao presidente para dizer que não vão comparecer à reunião de hoje - disse o integrante da frente Iyad al-Samarrai.

Numa tentativa de interromper a onda de violência, o Iraque cancelou as férias e licenças de toda a polícia e do Exército e estendeu o toque de recolher em Bagdá e em outras cidades, informaram nesta quinta-feira fontes do Ministério do Interior.

O pessoal da segurança foi colocado em alerta máximo, informou a fonte. O toque de recolher foi estendido indefinidamente em Bagdá e agora será de 20h às 6h, em vez de 23h às 5h.

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