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Cerca de 240 mil iraquianos foram obrigados a fugir de suas casas nos últimos sete meses, considerando-se refugiados, afirmaram dados divulgados na quinta-feira, em meio a uma nova onda de violência no país que vem acompanhando o mês sagrado do Ramadã.

Os assassinatos com motivos sectaristas continuam acontecendo em Bagdá. A polícia diz ter encontrado 40 corpos amarrados e torturados só nas últimas 24 horas na capital iraquiana.

Os Estados Unidos afirmam que a violência no Iraque cresceu nos últimos dias, e esta foi a semana que registrou mais ataques suicidas a bomba desde o início da guerra, em 2003.

As forças americanas já previam o aumento da violência com o Ramadã, e as previsões se mostraram corretas. Os ataques a bomba e os confrontos cresceram desde que os muçulmanos sunitas começaram a observar o mês sagrado, no sábado.

Os números oficiais de refugiados mostram que 40 mil famílias-- 240 mil pessoas --estão pedindo ajuda. Ainda há outras famílias que saíram de casa mas que não solicitaram assistência oficial na condição de refugiadas.

- O motivo desse aumento é o fato de a situação de segurança em algumas províncias ter piorado consideravelmente, forçando as pessoas a abandonar suas casas para se proteger - disse o porta-voz do Ministério da Migração, Sattar Nowruz.

Na quinta-feira, um carro-bomba e uma bomba na estrada explodiram com pouco tempo de diferença no bairro de Saadoun, no centro de Bagdá, matando quatro pessoas e ferindo outras 38, segundo a polícia. Pelo menos outras cinco bombas explodiram na capital, matando três pessoas e ferindo 30.

Granadas de morteiro foram lançadas num bairro no sudoeste da capital e mataram quatro pessoas. Também houve explosão de bombas em Mosul e em Numaniya.

O comando do Exército americano vem concentrando as ações na capital iraquiana nos últimos dois meses e diz ter conseguido reduzir o número de mortes por esquadrões nos bairros em que agiu. Mas os esquadrões parecem ter se mudado para outras regiões da cidade, e a violência na cidade como um todo não diminuiu.

Agora, os esquadrões da morte estão voltando para uma das áreas que já havia sido "limpa" pelos americanos, Ghazaliya, porque a polícia está permitindo seu retorno, disse uma fonte militar americana que não quis ser identificada.

- Atribuimos isso à probabilidade de que alguns elementos do Ministério do Interior estejam facilitando a reentrada dessa gente na área - disse a fonte.

Ele afirmou que houve um aumento nas ações de esquadrões da morte formados por militantes do Exército Mehdi, comandado pelo clérigo xiita Moqtada al-Sadr, além de integrantes que escaparam ao controle de Sadr.

De acordo com a fonte americana, os esquadrões da morte elaboram listas de alvos e as submetem aos religiosos para obter a aprovação para os assassinatos.

Desde junho, esses grupos vêm realizando sequestros em massa, às vezes surpreendendo dezenas de pessoas num bloqueio e separando-as de acordo com sua religião. As vítimas então são torturadas e mortas, disse a fonte, que se baseou em informações da inteligência americana.

- A marca registrada que observamos são indivíduos com as mãos amarradas, atingidos a tiros nas costas ou na cabeça, e que muitas vezes apresentam sinais de tortura no corpo - disse a fonte.

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