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Cidade do México – O conservador Felipe Calderón, de 43 anos, do Partido de Ação Nacional (PAN), ganhou mas ainda não levou as eleições presidenciais de domingo no México. Ele terá que esperar conferência oficial, a ser iniciada amanhã pelo Instituto Federal Eleitoral

(IFE). Computados 98,14% dos sufrágios depositados nas mais de 130 mil seções eleitorais, Calderón tinha 36,37%, vantagem de um ponto porcentual – ou 385 mil votos – sobre seu principal rival, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido Revolucionário Democrático (PRD).

Roberto Madrazo, candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), legenda que mandou no México por sete décadas, recebeu 21,55% dos votos. Na eleição de 168 senadores e 500 deputados, o PAN emergiu como maior força, seguido de perto pelo PRD e o PRI.

Calderón e López Obrador consideravam-se vencedores na noite de domingo. Com isso, desrespeitaram não apenas um acordo firmado por eles em junho, comprometendo-se a aceitar apenas os resultados proclamados pelo IFE. Ignoraram também o pedido solene que o presidente da entidade eleitoral, Luiz Carlos Ugalde, fez pela televisão, às 23 horas, aos candidatos e aos partidos, para que não se pronunciassem sobre os resultados, após informar que os dados preliminares não permitiam identificar o vencedor.

Aceitação

Apesar da crise eleitoral, não havia sinais de tensão ou intranqüilidade ontem na capital mexicana. O próprio Obrador acenou com a possibilidade de aceitar a derrota. A bolsa de valores do México registrou ligeira alta e vários executivos das finanças e da indústria do país descartaram o risco de a indefinição da eleição criar instabilidade para a economia.

Qualquer que seja o desfecho, o novo presidente terá os votos de 36% dos menos de 40 milhões de eleitores (do total de 71 milhões) que se deram ao trabalho de votar. Sem um apoio claro das urnas, o futuro ocupante de los Pinos não terá, tampouco, apoio no Congresso, que seguirá dividido entre o PAN, o PRD e o PRI. O quadro mostra que haverá dificuldade para reformas, como ocorre atualmente com o presidente Vicente Fox.

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