
Lima - O mercado financeiro peruano despencou em reação à eleição do esquerdista Ollanta Humala à Presidência do país. Humala teve 51,41% dos votos na eleição de domingo, diante de 48,5% dos votos da direitista Keiko Fujimori.
A Bolsa de Lima teve uma das maiores baixas de sua história caiu 12,51%. A Bolsa encerrou antecipadamente o pregão, às 12h 48, depois de ter sido suspenso por uma hora, por causa do movimento exagerado dos investidores.
O Banco Central peruano também teve de intervir para segurar o valor da moeda, o sol, que chegou a cair 1,16%.
No twitter, o dia negro do mercado financeiro peruano era descrito como "golpe de Estado econômico e "terremoto da bolsa.
Investidores temem que Humala vá fazer mudanças radicais no modelo econômico. O Peru é um dos países que mais crescem no mundo, com média de 7% ao ano, mas não conseguiu melhorar de forma significativa a distribuição de renda.
Ele foi eleito com voto maciço das regiões mais pobres do país, na Amazônia, nos Andes e no sul. Lima e o empresariado, em contrapartida, votaram em Keiko.
Em seu discurso de vitória, ontem, Humala tentou acalmar o mercado. "Vamos promover mais investimentos, consolidar a economia de mercado e fortalecer o mercado interno, disse ele.
Humala vem tentando tranquilizar investidores, dizendo que vai manter as políticas macroeconômicas e respeitar a independência do Banco Central.
Mas o mercado teme que Humala aumente a intervenção do Estado na economia e comprometa o orçamento público para aumentar os gastos sociais.
"Não somos estatistas e acreditamos na economia de mercado. Não vamos desapropriar os cachorros ou as galinhas de ninguém, disse o porta-voz da campanha, Daniel Abugattas.
Representantes da Confederação das Empresas Peruanas, a Confiep, pediram que Humala nomeie rapidamente seu ministro da Economia e seu primeiro-ministro, para acalmar os ânimos dos mercados.
O Brasil comemorou a vitória de Humala. A presidente Dilma Rousseff telefonou para o presidente eleito na manhã de ontem. Dilma deve ir à posse no Peru no final de julho.



