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Crítico das políticas de austeridade, o economista americano Joseph Stiglitz disse que a vitória eleitoral da conservadora Angela Merkel na Alemanha vai aprofundar a recessão na Europa e emperrar a recuperação da economia global.

"O ponto é que a Alemanha é uma das beneficiárias da crise. Os capitais que deixam outros países, como a Espanha, acabam indo para lá", disse Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia (2001), à Folha de S.Paulo.

Principal defensora da manutenção do equilíbrio fiscal dos países europeus, a chanceler alemã foi reeleita, no domingo, para um terceiro mandato. O partido de Merkel obteve 42% dos votos, seu melhor desempenho desde a reunificação do país em 1990.

"O erro é da população alemã é não ter percebido percebido que esta situação em que a Alemanha está bem não vai durar muito tempo, se os vizinhos não se recuperarem", afirmou.

Stiglitz participou de um debate hoje no LH Forum, evento destinado a discutir empreendedorismo social e desenvolvimento sustentável que ocorre anualmente em Le Havre (195 km de Paris).

O economista americano voltou a criticar a imposição de políticas fiscais focadas na manutenção da solvência dos países porque elas não deram resultado e aprofundaram a recessão. O preço disso, segundo ele, está sendo pago com a extinção de postos de trabalho em países como a Espanha e a Grécia que ostentam recordes de desemprego.

"Eu gostaria de ver mudanças, mas o que eu vejo agora [após o triunfo eleitoral de Merkel] é que o futuro da Europa nos próximos anos será mais do mesmo".

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