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Campanha do ‘sim’ e ‘não’ ao tratado fiscal europeu, em Dublin | Cathal McNaughton/Reuters
Campanha do ‘sim’ e ‘não’ ao tratado fiscal europeu, em Dublin| Foto: Cathal McNaughton/Reuters

O governo irlandês declarou-se vitorioso ontem em um plebiscito sobre o novo tratado fiscal da União Europeia, mas tem poucos motivos para comemorar, já que os problemas disseminados pela zona do euro continuam afetando os progressos internos.

O governo fez forte campanha pelo tratado, alegando que sua rejeição afastaria investimentos estrangeiros. No total, 60,3% dos eleitores votaram "sim" no referendo de quinta-feira, contra 39,7% que se pronunciaram contra a ratificação do tratado aprovado em março por 25 dos 27 países da União Europeia.

"É um suspiro de alívio por parte do governo, em vez de uma comemoração", disse a jornalistas o ministro dos Transportes, Leo Varadkar.

A Irlanda é apontada por seus parceiros europeus como modelo de austeridade, implementando ao pé da letra as exigências da UE e do FMI em troca de um resgate financeiro de 85 bilhões de euros (US$ 106 bilhões), ao passo que outros, especialmente a Grécia, continuam no centro da crise da dívida na zona do euro.

Mas, para pagar suas dívidas e reduzir o desemprego, o país depende de exportações, e elas não irão decolar enquanto a crise na Europa perdurar.

O novo tratado fiscal é um­­ plano concebido para a Ale­­manha para impor responsabilidade fiscal aos países do bloco. Só a Irlanda decidiu levar a decisão em referendo, e uma derrota não seria fatal para o tratado, que precisa da aprovação de apenas 12 dos 17 países.

Boa notícia

Mas analistas dizem que a vitória do "sim" melhora as perspectivas irlandesas para a volta ao mercado de títulos, prevista para o ano que vem, e representa uma rara boa notícia para a Europa. "É uma mensagem de apoio da Irlanda para a Europa, acho que simplesmente é isso", dis­­se Dermot O’Leary, econo­­mista chefe de Goodbody Stock­­brokers. "Os gestores políticos não terão muito tempo para celebrar, porque há questões mais amplas na zona do euro para a qual eles agora precisam desviar sua atenção."

Os títulos irlandeses com vencimento em dois anos man­­têm juros de 7,53%, pró­­ximo­­ do seu maior valor no ano, num sinal de que os investidores ainda cogitam a possibilidade de Dublin precisar de um novo pacote.

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