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A importante vitória republicana nas eleições parlamentares norte-americanas não apenas liquidará as chances de o Congresso aprovar um projeto de lei sobre mudanças climáticas ainda no primeiro mandato do presidente Barack Obama, como também poderá afetar a estratégia do democrata de vencer a votação sobre a legislação energética.

Os republicanos, que criticaram qualquer tentativa de colocar um preço nas emissões de carbono, classificando a proposta como "taxa da energia", assumiram o controle da Câmara dos Deputados e ganharam assentos no Senado, ainda controlado pelos democratas, na votação de terça-feira.

Apesar das previsões dos cientistas norte-americanos de que 2010 pode ser o ano mais quente da história, as esperanças de Obama de aprovar em breve o projeto de corte de emissões de usinas de queima de carvão, fábricas e veículos foram aniquiladas.

As vitórias republicanas também dificultam os planos do governo Obama de assumir um papel de liderança nas negociações climáticas globais, que devem ser retomadas em Cancún, no México, neste mês. Poucos esperam que as conversas avancem, principalmente com os EUA sem uma legislação para diminuir as emissões de gases do efeito estufa, os culpados pelo aquecimento do planeta.

Todavia, uma das leis mais ambiciosas do mundo para combater o aquecimento global sobreviveu a um desafio nesta terça-feira, quando os eleitores da Califórnia rejeitaram de forma esmagadora uma medida que poderia adiar os planos do estado de usar mais energia renovável e um comércio que limite a emissão de gases do efeito estufa.

As derrotas no Congresso também foram compensadas por vitórias dos democratas para os governos de Massachusetts e da Califórnia, o que pode alavancar programas regionais para o corte de emissões.

Mas os planos de Obama de modificar a política nacional de energia aos poucos também podem ficar ameaçados pelas derrotas parlamentares.

"Será difícil conseguir a aprovação dessas típicas legislações energéticas nos próximos um ou dois anos", afirmou Manik Roy, especialista de limites governamentais do Centro Pew de Mudanças Climáticas Globais.

A eleição de republicanos no Senado como Marco Rubio, da Flórida, que questiona se o aquecimento global está sendo causado pelo homem, e Rand Paul, no Kentucky, podem levar a um impasse quanto aos projetos de energia.

"A mensagem central do Tea Party (movimento ultraconservador dos republicanos) é sobre reduzir os gastos do governo, e fornecer grandes subsídios para a captura ou separação do carbono ou para a energia nuclear, e um projeto de lei energético não é consistente com isso", afirmou Roy.

Na Câmara, muitos legisladores perderam as eleições por apoiar as políticas climáticas. Rick Boucher, um democrata da Virginia que recebeu críticas por colocar em votação o projeto sobre o clima em 2009, foi derrotado pelo republicano Morgan Griffith. Seu colega de partido no Estado, Tom Perriello, perdeu para o republicano Robert Hurt.

No Senado, os republicanos vão ganhar quatro assentos, tornando ainda mais difícil o trabalho do democrata John Kerry, principal defensor da aprovação da legislação sobre mudança climática.

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