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Quito – "O presidente Chávez é meu amigo, meu amigo pessoal, mas os meus amigos não mandam na minha casa", declarou o presidente eleito do Equador, Rafael Correa, em meio à festa por sua eleição na Avenida de Los Shyris, ainda no domingo à noite, numa tentativa de deixar clara sua independência em relação ao líder venezuelano, Hugo Chávez.

Mas seu governo, a partir da posse em 15 de janeiro, deve ter estreitas relações com o governo chavista – incluindo a cooperação técnica entre as estatais de petróleo da Venezuela (PDVSA) e do Equador (Petroecuador). Correa reiterou ontem que quer o Equador de volta à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que o país abandonou em 1992. Para isso, conta com o apoio venezuelano.

Reforma

"As propostas de Correa, de reformar profundamente a política e a economia equatoriana, tiveram boa resposta do eleitorado, mas o colocam diante de desafios sem precedentes na história do Equador", disse o professor de Ciências Políticas da Universidade Salesiana de Quito, Jorge Saverio.

"Só na última década, três presidentes que tentaram desafiar o status quo, numa intensidade muito menos radical do que propõe Correa, não resistiram à pressão", acrescentou, referindo-se a Abdala Bucaram (eleito em 1996), Jamil Mahuad (em 1998) e Lúcio Gutiérrez (2002), todos depostos antes do fim do mandato.

O primeiro desafio de Correa é o cumprimento de sua principal proposta de campanha, a instalação de uma Assembléia Constituinte. Não há nenhuma possibilidade legal de fazer isso sem a aprovação do Congresso – para o qual o partido de Correa, o Aliança País, não elegeu um único deputado.

Até o fechamento desta edição, com 58% dos votos apurados oficialmente pelo Tribunal Supremo Eleitoral do Equador, Correa mantinha quase 30 pontos porcentuais de vantagem sobre seu adversário, o milionário Álvaro Noboa (64,82% a 35,19%).

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