• Carregando...
O quarteto está comemorando a conquista do Disco de Ouro | Divulgação/Prime Shows
O quarteto está comemorando a conquista do Disco de Ouro| Foto: Divulgação/Prime Shows

O estudante sul-coreano, autor do pior massacre num estabelecimento de ensino norte-americano, recriminou os "garotos ricos, a libertinagem e os charlatões embusteiros" em um bilhete que deixou antes do tiroteio na Universidade Técnica da Virgínia, informou a imprensa nesta terça-feira(17).

O estudante de 23 anos, que matou 32 pessoas e depois cometeu suicídio, também escreveu: "vocês me forçaram a fazer isso" num texto encontrado em seu dormitório, informou o canal ABC.

O bilhete começa escrito no presente e termina no tempo passado.

Cho Seung-hui escreveu o bilhete em seu quarto antes de sair para matar os colegas.

Investigadores do caso também contaram ao jornal "Chicago Tribune" que Cho Seung-hui demonstrou recentemente sinais de "comportamento violento e aberrante", incluindo assediar mulheres e atear fogo em um dos quartos da universidade. Ele cursava o último ano do curso de licenciatura em inglês no local.

Apesar de ainda haver a suspeita de o estudante ter cúmplices, exames de balística mostraram que Seung-hui esteve presente nos dois prédios onde aconteceram as mortes na Universidade Técnica da Virgínia.

"A evidência não nos leva a dizer com toda certeza que o mesmo atirador estava envolvido nos dois tiroteios", disse em entrevista à imprensa Steven Flaherty, superintendente da polícia do estado.

"É certamente razoável para nós assumirmos que Cho foi o atirador em ambos os lugares."

A polícia e a administração da universidade estão sendo pressionadas para explicar como um homem armado conseguiu escapar depois de matar duas pessoas e prosseguiu com o ataque a tiros ao longo de duas horas, no pior ataque desse tipo na história dos Estados Unidos. Alunos e professores acusaram a universidade de negligência.

Das 15 pessoas feridas, todas seguem no hospital e três, que estão em estado grave, permanecem "estáveis", segundo informações dos médicos.

Das 32 pessoas mortas pelo sul-coreano, três já foram confirmadas pelas autoridades que são professores, um deles um israelense que dava aulas de engenharia e matemática. Ele bloqueou a porta da sala e deu tempo dos alunos escaparem pela janela.

Há a suspeita de Seung-hui ter cometido um crime passional. A polícia disse que já recuperou duas armas usadas no assassinato: uma 9mm e outra de calibre 22. Alguns jornais americanos publicaram que a primeira vítima teria sido uma ex-namorada do atirador.

Ele não estava ilegalmente no país. Seus pais moram na cidade de Centreville, também em Virgínia, cerca de 40 quilômetros de Washington.

Brasileiros no local

Não se sabe ainda se há cidadãos brasileiros entre as vítimas. Um estudante brasileiro, Francisco Müller, que estava a cerca de 200 metros do local do tiroteio contou que ouviu vários disparos.

O professor da universidade e também brasileiro, Luiz Antonio Silva, afirmou que está "em choque" com o que aconteceu. Ele não estava no campus no momento da matança.

Outra brasileira que estuda na mesma universidade, Deise Galan, de 19 anos, contou que estava em um prédio ao lado do que foi atacado pelo atirador. "Foi desesperador", ela contou em entrevista ao G1.

Bush no local

A Casa Branca informou que o presidente dos EUA, George W. Bush, e a mulher Laura visitarão o campus nesta terça-feira para participar de cerimônia pelas vítimas. Ele mandou ainda que as bandeiras fiquem a meio pau até a noite de domingo em sinal de luto pelo massacre. Ainda na segunda-feira, Bush disse ter ficado "horrorizado" com o tiroteio.

O governo federal estava monitorando a situação e, apesar de autoridades locais e estaduais estarem investigando, forças federais ficarão disponíveis se a Virgínia as requisitar, disse a porta-voz do governo, Dana Perino.

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do tiroteio na segunda-feira (16). A Presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse que a Casa presta solidariedade às famílias das vítimas e estudantes da Universidade Técnica de Virgínia.

Como conseqüência do ataque, a universidade suspendeu todas as aulas a semana toda, e deve reunir os estudantes na terça (17) para discutir a forma como a universidade vai lidar com o tiroteio. Os serviços administrativos, porém, recomeçarão na quarta-feira.

O reitor Charles Steger disse que o local onde houve o maior número de vítimas, o Norris Hall, da faculdade de Engenharia, permanecerá fechado durante o resto do semestre.

No local se estabeleceu um necrotério de emergência onde estão sendo realizados os processos de identificação das vítimas.

O governador da Virgínia, Tim Kaine, declarou estado de emergência em todo o estado, e as bandeiras ficarão a meio mastro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]