Senadores da oposição e do governo do Japão se agrediram fisicamente nesta quinta-feira (17) durante a sessão de uma comissão do Senado para avaliar a lei que autoriza o envio de militares para conflitos no exterior.
A medida foi aprovada e segue agora para votação no plenário. A mudança no estado pacifista do Japão, que aconteceria pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, é uma das principais bandeiras do primeiro-ministro Shinzo Abe.
A briga começou quando os deputados da oposição tentaram apresentar uma moção para impedir a reinterpretação da lei feita pelo chefe de governo, que tem maioria no Senado.
“O partido no poder escuta a voz da população? Podem fazer tudo o que querem porque tem maioria. É assim que pensam?”, questionou o deputado opositor Tetsuro Fukuyama, à beira das lágrimas.
Diante da rejeição da mesa, os opositores tentaram cercar o presidente da comissão, que foi dependido por governistas. Os dois lados trocaram empurrões, socos e outros tipos de agressão física dentro da sala. Assista:
A sessão precisou ser adiada em vários momentos devido à briga entre os legisladores. Enquanto isso, os parlamentares da oposição bloquearam as portas e corredores em sinal de protesto contra a medida.
Do lado de fora do prédio do Senado, cerca de 13 mil pessoas, segundo a polícia, faziam uma manifestação para exigir que o projeto seja abandonado e que Shinzo Abe renuncie ao cargo.
China
Para os críticos, as leis, que permitirão ao Japão uma intervenção militar para defender um país aliado, são incompatíveis com a renúncia à guerra incluída no artigo 9 da Constituição imposta em 1947 pelos Estados Unidos.
Desde então, os militares do país limitam-se a ajudar em missões de autodefesa e ajuda humanitária. Shinzo Abe defende a alteração devido às ameaças crescentes da China e da Coreia do Norte.
O aumento do poderio militar de Pequim é um dos principais motivos para que os EUA apoiem a mudança. Os chineses iniciaram uma renovação de suas Forças Armadas e declararam a intenção de disputar territórios com vários países.
A população japonesa, porém, é contra a medida. Segundo pesquisa da publicação “Asahi Shimbum”, uma das principais do país, 54% dos entrevistados se opõem à mudança da lei, contra 29% favoráveis.
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