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O jornalista do "Washington Post" Bob Woodward pediu desculpas ao jornal por não ter revelado por mais de dois anos que uma importante autoridade do governo Bush dissera a ele sobre a identidade de uma agente da CIA (agência de inteligência americana), mesmo quando uma investigação sobre quem vazara a informação havia se tornado um escândalo nacional, informou o diário nesta quinta-feira.

Woodward, editor-chefe-assistente do "Post", testemunhou nesta semana na investigação do vazamento da identidade de Valerie Plame, cujo marido, o diplomata Joseph Wilson, havia feito uma crítica pública à política americana em relação ao Iraque.

Famoso na cobertura do escândalo de Watergate, ao lado do colega Carl Bernstein, há 31 anos, Woodward disse ao editor-executivo do jornal, Leonard Downie Jr., que havia retido a informação porque estava preocupado com a possibilidade de ser processado pelo promotor Patrick J. Fitzgerald, que está comandando a investigação.

- Peço desculpas porque eu deveria ter contado a ele muito antes - disse Woodward. - Expliquei em detalhes que eu estava tentando proteger minhas fontes. Esta é a tarefa número um em casos como esse. Tenho o hábito de guardar segredos. Eu não queria fazer qualquer coisa que me levasse a ser processado - acrescentou o jornalista, que também é best-seller nos EUA.

Downie Jr., que foi comunicado por Woodward no fim do mês passado sobre o segredo, disse que o seu mais famoso jornalista cometeu um erro:

- Estou preocupado que as pessoas tenham uma má impressão dos valores de Bob em relação ao jornal e aos nossos leitores porque essa é uma instância na qual ele deveria ter nos contado bem antes.

No depoimento, na segundo-feira, Woodward revelou ter feito entrevistas com três atuais ou antigas autoridades da administração federal relacionadas à investigação do vazamento.

Uma das três fontes de Woodward foi Lewis Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente americano, Dick Cheney. O jornalista não identificou as duas outras fontes. Libby renunciou ao cargo no gabinete de Cheney após ser indiciado no caso por Fitzgerald.

Em junho deste ano, o ex-número dois do FBI, a polícia federal americana, W. Mark Felt, revelou ter sido a fonte, conhecida como "Garganta Profunda", de Woodward e Bernstein no rumoroso caso nos anos 70 que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.

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