• Carregando...

Díli – O presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, pediu ao primeiro-ministro do país, Mari Alkatiri, que renuncie. Autoridades timorenses, incluindo Alkatiri, se reuniram ontem no gabinete presidencial para discutir a questão. Há uma nova reunião marcada para hoje e, segundo o porta-voz do premier, ele deve renunciar.

O pedido do presidente foi feito por meio de carta enviada a Alkatiri na terça-feira à noite. Segundo o embaixador de Timor na Indonésia, Arlindo Marçal, a solicitação foi feita "porque o presidente não confia mais no primeiro-ministro’’. A própria Frente Revolucionária de Timor Leste Independente (Fretilin), partido que tem maioria no Congresso e é liderado pelo primeiro-ministro, pediu sua renúncia.

A solicitação deve-se em parte à acusação de que Alkatiri teria colaborado com um dos grupos que tomaram Díli durante a onda de violência. Segundo uma rede de tevê australiana, o premier estava presente quando o então ministro do Interior, Rogério Lobato, deu ordens a um grupo para exterminar adversários políticos de Alkatiri, o que ele nega. Desde anteontem, Lobato está em prisão domiciliar, sob a acusação de fornecer armas a civis.

Segundo a agência, a carta de Gusmão diz: "Tendo visto o programa na TV, que me chocou imensamente, a única coisa que resta é dar a você a chance de decidir: ou renuncia ou, depois de o Conselho de Estado ser ouvido, eu demitirei você, que não merece mais minha confiança como presidente da República’’.

Alkatiri é visto por muitos como o estopim da crise de violência que em maio tomou a capital, Díli, depois da demissão de 600 dos 1.400 soldados do Exército, que estavam em greve alegando sofrer discriminação.

Ontem Díli teve um dia calmo. Mesmo assim, um prédio público e sete casas foram queimadas na capital. Pelo segundo dia consecutivo, houve um protesto contra o premier em Díli, com cerca de cem pessoas pedindo a saída de Alkatiri.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]