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O experiente e moderado parlamentar Yasuo Fukuda foi eleito primeiro-ministro do Japão na terça-feira e manteve grande parte do ministério de seu antecessor, que terá a tarefa política de resistir à pressão da oposição pela convocação de eleições antecipadas.

O Partido Liberal Democrático (PLD) escolheu Fukuda, 71 anos, como líder em substituição a Shinzo Abe, que renunciou à direção partidária e ao cargo de premiê no dia 12, depois de um ano marcado por escândalos, polêmicas e uma derrota eleitoral.

Nobutaka Machimura, novo chefe-de-gabinete do governo e, como tal, braço-direito de Fukuda, disse que o novo ministério "terá de funcionar como equipe e tratar dos muitos problemas do Japão um a um, a fim de restaurar a confiança na política".

Fukuda, defensor de uma aproximação política com países vizinhos, curvou-se e sorriu após receber os votos necessários na Câmara dos Deputados, onde o PLD e seus aliados têm ampla maioria.

Mas, num sinal das disputas futuras, o Senado, controlado pela oposição, escolheu Ichiro Ozawa, 65 anos, dirigente do Partido Democrático, o maior da oposição. Esse resultado, porém, foi revertido pela Câmara, que tem mais poderes.

Fukuda disse a jornalistas que pretende discutir questões administrativas importantes com os democratas e com outros partidos de oposição.

"Quero ter discussões dignas com o objetivo de proteger o sustento das pessoas e os interesses nacionais", afirmou ele a jornalistas.

Ozawa se disse disposto a conversar, mas insistiu na convocação de eleições para a Câmara.

Fukuda, um político normalmente afável, mas às vezes dado a rompantes de irritação, é o mais velho parlamentar a assumir a chefia de governo desde Kiichi Miyazawa, eleito em 1991 aos 72 anos. É também o primeiro filho de um ex-premiê a ocupar o cargo.

Ele manteve quase todos os ministros de Abe, inclusive o das Finanças, Fukushiro Nukaga, 63 anos. Abe havia feito uma reforma ministerial em agosto, na vã tentativa de recuperar popularidade.

Além da inclusão do ex-chanceler Machimura, 62 anos, chefe da principal facção do PLD, a reforma também provocou a volta do então ministro da Defesa, Masahiko Komura, 65, ao cargo de chanceler. Shigeru Ishiba, 50, assumiu a pasta da Defesa, que já ocupara no passado.

Taro Aso, que disputou com Fukuda a liderança do PLD, preferiu não continuar no gabinete - ele era chanceler sob o governo Abe.

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