Zapateiro é testado em eleições locais, meses antes das legislativas

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Os espanhóis participam domingo das eleições municipais e regionais que servirão de "ensaio geral" às legislativas de março de 2008 para os socialistas de José Luis Rodriguez Zapatero e para a direita.

Os dois principais partidos espanhóis, o Partido Socialista no poder e o Partido Popular (PP, direita) medirão forças nas eleições locais de domingo.

É a primeira vez que todos os eleitores espanhóis são convocados às urnas desde a surpreendente vitória de Zapatero nas legislativas de março de 2004.

Os estados-maiores do PSOE e do PP estão atentos às municipais, para as quais estão convocados 35,2 milhões de eleitores que deverão designar os prefeitos de 8.111 cidades. De fato, o vencedor desta votação sempre ganhou as legislativas seguintes.

Em maio de 2003, os socialistas, que estavam então na oposição, saíram vitoriosos nas municipais com uma curta vantagem de cerca de 100.000 votos, um ano antes do triunfo, para a supresa geral, nas legislativas de 14 de março de 2004, três dias depois dos atentados islâmicos de Madri.

As regionais parecem menos importantes, já que apenas 13 das 17 comunidades autônomas do país, que representam mais ou menos a metade dos eleitores (18,8 milhões), estão em jogo.

As quatro regiões ditas "históricas" (País Basco, Catalunha, Galícia e Andaluzia) não participam desta votação. As três primeiras já renovaram seu Parlamento, e a Andaluzia o fará em 2008.

Para comprovar a importância que dão a esta votação, o chefe de governo e seu adversário de direita, o presidente do PP Mariano Rajoy, estiveram muito ativos na campanha, que termina sexta-feira a meia-noite.

Os dois dirigentes trocaram acusações mútuas quase todos os dias, particularmente sobre o ETA, o movimento separatista basco.

Rajoy multiplicou os ataques contra Zapatero, na defensiva desde que a organização separatista acabou com seu grande projeto de pacificação do País Basco cometendo um atentado mortífero em 30 de dezembro passado em Madri, que provocou o colapso de um "processo de paz" muito criticado pela direita.

O líder do PP conclamou novamente na quarta-feira os eleitores a votarem contra a esquerda, "para defender a liberdade e acabar com o ETA", denunciando as "concessões" que Zapatero estaria disposto a fazer aos separatistas.

Durante esta campanha muito personalizada, Zapatero e os socialistas destacaram a boa saúde econômica da Espanha. Eles prometeram lutar contra a corrupção que assola o setor urbano e a desenvolver a construção de alojamentos sociais.

O PSOE controla cinco das 13 regiões em jogo, e o PP sete. As ilhas Canárias são controladas pelos nacionalistas locais.

As Canárias poderiam ser conquistadas pela esquerda. Em Navarra, a direita poderia perder sua maioria absoluta para uma coalizão entre socialistas e nacionalistas. O PP, por sua vez, poderia reforçar sua hegemonia em Madri e em seu feudo de Valencia.