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O presidente deposto, Manuel Zelaya, disse neste sábado que deixará seu refúgio na embaixada brasileira em Honduras em quatro dias "como um cidadão comum" e seguirá para a República Dominicana. Ele disse que voltará ao país para enfrentar a justiça quando existirem "juízes honestos".

Zelaya ganhou as eleições em novembro de 2005 e dois meses depois assumiu o poder para uma gestão de quatro anos, mas foi deposto pelos militares em 28 de julho de 2009 e exilado. Em 21 de setembro, ele voltou clandestinamente ao país e refugiou-se na embaixada brasileira.

"Em 27 de janeiro, deixarei o país como um cidadão comum, mediante acordo firmando na quarta-feira pelo (presidente hondurenho Porfirio) Lobo e (o mandatário dominicano Leonel) Fernández", disse em entrevista a Radio Globo. Ele advertiu: "regressarei ao país, quando a reconciliação nacional o permitir para apresentar-me a justiça. Não o faço agora porque se criaria outra crise porque há juízes que são meus algozes, e como tais já me condenaram".

Ele assinalou que "por defender meus direitos durmo há quatro meses em um colchão no piso de um pequeno quarto na embaixada brasileira. Voltarei quando houver calma em meu país e existirem juízes justos e independentes".

O general Luis Rubi disse que o salvo-conduto outorgado para que Zelaya deixe o país não o livrará das responsabilidades penais pelas acusações de traição à pátria, abuso de autoridade, atentado contra a democracia e usurpação das funções públicas. "Preparamos mais acusações contra ele, agora por corrupção", disse um funcionário local em coletiva de imprensa realizada ontem. "Aparentemente, Zelaya desperdiçou US$ 1,5 milhões... E este é só mais um caso que investigamos", afirmou.

O governo de fato, que assumiu o governo no lugar de Zelaya, denunciou dois dias antes do golpe que ele ordenou o saque de mais de US$ 3 milhões do Banco Central. Lobo informou que o presidente Fernández, da República Dominicana, assistirá à cerimônia de transferência de posse no estádio Nacional de Tegucigalpa e depois partirá para a embaixada brasileira para buscar Zelaya. Eles seguirão juntos para o aeroporto internacional de Toncontín, com destino a Santo Domino.

Zelaya disse que permanecerá algum tempo na República Dominicana mas planeja radicar-se no México. O mandatário defenestrado será escoltado por diplomatas e ativistas de direitos humanos. "Assim faremos para evitar problemas de segurança", disse o presidente do Comitê dos Direitos Humanos, Andrés Pavón.

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