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Manuel Zelaya na Embaixada brasileira aguarda a decisão do Congresso e da Corte Suprema | Edgard Garrido/Reuters
Manuel Zelaya na Embaixada brasileira aguarda a decisão do Congresso e da Corte Suprema| Foto: Edgard Garrido/Reuters

Honduras - O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou no último sábado que deverá ser devolvido às suas funções até a próxima quinta-feira, dia 5, segundo a leitura que fez do acordo firmado no dia anterior para pôr fim à crise política em Honduras. Contudo, representantes do governo interino afirmam que não há prazo para que a Suprema Corte e o Congresso avaliem seu retorno à Presidência.

Zelaya, que está desde 21 de setembro na embaixada do Brasil, analisou o acordo em conjunto com seus assessores. "Não aceitei que pusessem meu cargo em discussão, nem minha eleição como presidente; isso seria algo inaceitável para nós", afirmou.

Porém legisladores informaram que o início do exame do texto não acontecerá antes de terça-feira. Hoje é feriado em Honduras, e muitos legisladores estão ocupados fazendo campanha para as eleições de 29 de novembro, que também vão definir o sucessor de Zelaya. A comunidade internacional declarou que não reconhecerá os resultados das eleições se o presidente interino Roberto Mi­­che­­letti continuar no poder.

Os legisladores também sugeriram que o debate pode levar algum tempo. "É importante dar espaço ao Congresso, sem pressão, para que seja capaz de alcançar a melhor decisão", disse o deputado Juan Orlando Hernandez, do oposicionista Partido Nacional.

Já os deputados partidários do presidente deposto pressionam para que o Congresso convoque de imediato a sessão para a votação da restituição de Zelaya. O deputado Javier Hall Polio informou que todos os parlamentares leais a Zelaya estão em Tegucigalpa e que se não houver uma convocação do Congresso até as 14 horas de hoje, o grupo irá convocar uma sessão extraordinária.

Para que a sessão no Congresso hondurenho aconteça, é necessário que metade mais um dos deputados estejam presentes, um número que nenhum dos grupos políticos tem sozinho. O fiel da balança será o oposicionista Partido Nacional, que tem 55 deputados e cujo candidato à presidência, Porfirio Lobo, encabeça as pesquisas.

No Congresso com 128 membros, o Partido Liberal, do qual fazem parte tanto Zelaya quanto Micheletti, tem 62 deputados. O destino de Zelaya está nas mãos dos parlamentares, mas antes espera-se uma manifestação da Corte Suprema, que até o momento sustentou que Zelaya não pode ser restituído e que sua retirada do poder está dentro da lei.

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