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Destino turístico que mais atrai brasileiros aos Estados Unidos pode ter surto de zica | jr/pr/JOE RAEDLE
Destino turístico que mais atrai brasileiros aos Estados Unidos pode ter surto de zica| Foto: jr/pr/JOE RAEDLE

Uma das principais autoridades dos Estados Unidos na área da saúde pública alertou, neste domingo (21), que o vírus da zika poderia estender seu alcance à região do Golfo nos EUA, depois que autoridades confirmaram na semana passada a presença do vírus em Miami, popular destino turístico do sul dos Estados Unidos.

A possibilidade de transmissão em estados do Golfo, como Louisiana e Texas vai, provavelmente, alimenta preocupações de que o vírus, apontado como causador de microcefalia em recém-nascidos, poderia se espalhar pelos Estados Unidos, embora autoridades minimizem essa possibilidade.

“Não seria surpreendente se observássemos casos adicionais, talvez, em outros estados da costa do Golfo”, disse Anthony Fauci, diretor da unidade de Alergia e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), em entrevista no domingo de manhã à ABC News.

Miami

Na sexta (19), autoridades locais de saúde de Miami anunciaram que cinco pessoas foram infectadas pelo vírus na área central e turística da cidade.

Outro “cluster” — casos que acontecem em uma mesma área —, já havia sido detectado na cidade de Miami. As duas áreas estão separadas pela baía de Biscayne, o que representa uma distância de aproximadamente 5 km entre elas.

Entre os infectados em Miami, duas pessoas são residentes locais, outras duas são turistas americanos e uma é de Taiwan — todas foram infectadas na cidade.

O obstetra e professor da USP, Thomaz Gollop diz ter sido procurado por duas pacientes grávidas que têm viagens agendadas para Orlando e Miami, ambas no estado da Flórida, e estão temerosas com os casos de zika naquela região.

“Não existe mais barreira geográfica [para o vírus]. Então não faz sentido ter alguma preocupação adicional além daquela que já temos por aqui, no Brasil. As medidas preventivas devem continuar as mesmas”, disse.

Saiba mais sobre o vírus

Quando o vírus da zika surgiu?

O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, em Uganda. O primeiro caso no Brasil foi registrado em abril de 2015. Há duas cepas: africana e asiática (a que circula no país).

Como ele é transmitido?

Na maioria das vezes, pela picada do mosquito Aedes aegypti -ele morde uma pessoa infectada e, em seguida, morde outra. Também pode ser passado por contato sexual ou transfusão de sangue.

Quais são os sintomas?

Em geral, a zika provoca sintomas brandos e passa despercebida. Mas o vírus pode causar transtornos neurológicos, como a síndrome de Guillain-Barré, ou má-formações congênitas, como a microcefalia em fetos infectados durante a gravidez.

Existe tratamento?

Não. Por enquanto também não há exames de diagnóstico rápido nem vacina -três vacinas experimentais estão sendo desenvolvidas nos EUA e apresentaram bons resultados em testes com macacos. Outras duas já estão sendo testadas em humanos nos EUA e no Canadá.

A Flórida já não havia registrado outros casos de zika? Por que a preocupação agora?

Os casos identificados antes eram de pessoas que foram infectadas durante viagens a outros países. Agora, porém, ficou comprovado que 36 pacientes pegaram a doença no próprio Estado, ou seja, o mosquito está circulando na região.

Em quais áreas do Estado houve casos de zika?

Foram detectadas transmissões locais no bairro Wynwood, em Miami; no Condado de Broward, ao norte da cidade; e na área central e turística da badalada Miami Beach. Em Wynwood, que abriga prédios industriais e residenciais, também foi encontrado um número de mosquitos e larvas de Aedes aegypti “moderadamente elevado”.

Quais medidas o governo da Flórida já tomou?

Na região de Miami, doações de sangue foram suspensas, mais de 50 frascos de repelentes foram distribuídos a moradores de rua pela polícia e, ocasionalmente, aviões pulverizam inseticidas em algumas áreas onde casos do vírus foram registrados. O CDC (Centros para Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA enviou especialistas para investigar o surto da doença.

Devo evitar ir a Miami?

O governo americano recomenda que grávidas e casais que pretendem ter filhos não viajem à região. Médicos brasileiros, porém, dizem que não há razão para isso e que o risco no Brasil é até maior. Eles recomendam o uso de repelentes a cada quatro horas e de preservativos em relações sexuais.

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