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Se o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, aposta no êxito das negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para conseguir a reeleição, seu rival Oscar Iván Zuluaga, de direita, defende uma profunda mudança. Parece que a estratégia está funcionando, porque o candidato do ex-presidente Álvaro Uribe disputa cada ponto com Santos no segundo turno da eleição presidencial, neste domingo.

"Nossa candidatura representa milhões de colombianos que não se ajoelham diante do terrorismo", repetiu Zuluaga diversas vezes durante a campanha.

Sua ascensão nas pesquisas é um sintoma de divisão na Colômbia sobre como acabar com um conflito interno de meio século, que já deixou 200 mil mortos. O economista de 55 anos pede a prisão dos comandantes da guerrilha e exclui a possibilidade de que eles possam ser congressistas, defendendo a doutrina de "pulso firme" de seu padrinho político.

Antes do primeiro turno, a campanha de Santos o acusou de querer sabotar o processo de paz com as Farc e apresentou como prova um vídeo que supostamente mostra Zuluaga recebendo de um hacker informações da inteligência militar sobre as negociações. Mas os partidários do candidato acusam os adversário de "montagem política".

À sombra de Uribe

O apoio de Uribe à campanha de Zuluaga representa um forte impulso ante o eleitorado. No entanto, também o coloca sob a sombra de uma das figuras mais influentes na política colombiana.

Durante a campanha, o ex-presidente acompanhou Zuluaga até os cantos mais remotos do país, buscando atrair votos para o candidato, um homem geralmente percebido pelo público como sem carisma. Economista com graduação em Universidade de Exeter, no Reino Unido, Zuluaga trocou o terno pelo jeans e colocou o chapéu de cowboy em uma tentativa de se aproximar de um eleitorado cansado da guerra e da distribuição desigual dos benefícios.

"Eu sou Oscar Iván Zuluaga e tenho minha própria identidade", disse o candidato em um recente debate televisivo no qual foi acusado por Santos de ser um fantoche do ex-presidente.

Zuluaga tenta vencer a apatia política dos eleitores colombianos com a promessa de programas sociais para acabar com a pobreza que castiga 40% da população. Sua campanha, brincando com o "Z" de seu sobrenome como se fosse o mascarado Zorro, também oferece mais incentivos para o investimento estrangeiro.

Católico praticante e pai de três filhos, ele é um político conservador que se posiciona contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legalização das drogas.

"Sou um defensor da vida desde o momento da concepção", afirma.

Filho de um humilde barman que se tornou um comerciante de café bem-sucedido, o empresário entrou para a política no final de 1980 como vereador e prefeito da Pensilvânia, sua cidade natal, na região de café no Centro da Colômbia.

Para refinar a sua imagem, sua campanha destacou o seu lado humano, apresentando-o como um homem comum, amoroso e que gosta de dançar. Ele confessou, por exemplo, gosta de acompanhar sua esposa ao supermercado. E não só isso: "Gosto muito de ir para a costa, viajar de carro, percorrer o país para entendê-lo".

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