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Entre mortos e feridos, 2011 foi para o ambiente um ano de mortos e feridos. Aliás, tem sido assim há muito tempos. Roberto Campos dizia que toma o trabalho de séculos a fio para sermos subdesenvolvidos. Funciona igual com o ambiente.

Estamos à beira de destruir nossa lei mais importante para conservação de florestas. Os ruralistas dizem que será melhor porque a nova lei será seguida, mas não é crível. Se houve anistia com a última, é natural que farão pouco, à espera da próxima anistia. De anistia em anistia, de redução em redução de APP vamos preparando nosso solo para ser vendido aos chineses, sem nenhum impedimento das "ONGS estrangeiras que querem apoderar-se da Amazônia".

A hipócrita reunião da ONU mais uma vez não pagou o carbono que queimou, aumentando o já gigantesco débito de 17 anos passados. A comemorada conclusão de atingir um "protocolo, outro instrumento legal ou um acordo com força legal" só poderia mesmo ter sido proposta pela diplomacia brasileira, mostrando nossa experiência em artefatos para inglês ver (Código Florestal incluído).

Não há sentido em tentar atingir um acordo com força legal se não há Justiça nem polícia internacionais. Há anos o Canadá comprometeu-se a reduzir suas emissões, mas não conseguiu. Agora sairá do acordo de Kyoto, meses antes do fim para evitar as sanções. Simples assim.

Não adianta terceirizar para seu governo, ou ainda pior para a ONU, em quem você nem votou. Só sairemos desta com o seu envolvimento. Será debaixo para cima, do começo até o meio do processo. As altas esferas só entrarão nisto quando (e se) a coisa estiver perto de ser resolvida.

Neste ano, não se sabe exatamente quando, atingimos 7 bilhões de habitantes. E nem precisamos saber porque a superpopulação é um problema menor do que o consumo exagerado dos diferenciados. Sete porcento das pessoas emitem a metade do carbono mundial, enquanto a metade mais limpa emite 7%. O problema de verdade é que os mais poluidores, longe de serem párias recriminados pelo resto, são exemplo. Estão nos filmes e seriados e a metade mais limpa está lutando para entrar nos 7% mais sujos. Será muito mais complicado extirpar o modo de vida poluidor de Hollywood do que foi extirpar o cigarro, que hoje só aparece quando o personagem é abilolado.

Nas energias renováveis, a Solyndra faliu. Era uma grande empresa norte-americana de energia solar que recebeu um vultoso empréstimo governamental. Os norte-americanos reclamam da competição desigual com os chineses, e sabem do que falam porque ninguém soube induzir o fracasso alheio como o Tio Sam.

Como todo grande país, a China vai aos poucos mostrando sua complexidade de ser ao mesmo tempo o maior emissor mundial de carbono e estar viabilizando a energia solar com uma gigantesca redução de custos.

Entre mortos e feridos, talvez um ferido menos grave sejam as energias renováveis, que mesmo pequenas, aumentam ano após ano sua fração no bolo energético total, mas ainda serão necessárias muitas usinas solares mais para fazer verão.

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