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Chegamos ao fim de mais um ano, e que ano! 2014 será registrado na história do Brasil como tão rápido e tão demorado, intenso e tranquilo, inesquecível. Rápido, pois com a Copa do Mundo, eleições e toda a discussão política, não vimos o ano passar. Demorado, pois para a maioria do setor produtivo sobrou ano no faturamento, ou seja, faltou grana.

Intenso para o setor produtivo brasileiro e as pessoas que pagam impostos, pois o ambiente para empreender está cada vez mais complicado. O pequeno empresário está endividado, com a maior carga tributária e a maior burocracia de todos os tempos. Tranquilo para o povo, pois, com o seguro desemprego garantido, bolsas-auxílios e vales, existe uma extensa expectativa de direitos. Resumindo, o povo brasileiro cada vez mais desenvolve uma visão individualista e unilateral de que pode ter apenas direitos e não deveres.

Inesquecível pelos eventos e grandes discussões que aconteceram. Começamos com grandes expectativas em relação à Copa do Mundo, a realização de grandes obras no país, de mudanças que poderiam vir com as eleições. O maior fiasco de todos os tempos deu-se com o resultado da Copa do Mundo, com a derrota por 7 a 1 para a Alemanha. As obras da Copa também não deixaram de ser um fiasco. A única concluída a tempo e dentro do orçamento foi o CT da Alemanha na Bahia, enquanto as outras 200 e tantas ficaram mal acabadas e custaram o dobro ou o triplo do orçado.

As eleições comprovaram que roubar no Brasil compensa. O escândalo da Petrobras mostrou que nunca antes na história deste país roubou-se tanto de uma estatal; imagine nas outras estatais e na administração direta. E logo por quem chegou ao poder pregando honestidade e criticando a roubalheira dos outros. Foi marcante devido aos mensaleiros ficarem praticamente o ano todo internados na Papuda, pois a cadeia deles não foi nas mesmas condições dos ladrões comuns. Também pela primeira vez foram presos os diretores de grandes empreiteiras envolvidas nos desvios do petrolão e sua continuidade, mas ficamos com a sensação de que o roubo compensa, pois um ano de cadeia é pouco para quem rouba nessa proporção.

Conseguimos também a proeza de dividir o Brasil em Norte e Sul, entre os que votaram no PT e no PSDB, dividindo trabalhadores do setor produtivo. Teoria sem qualquer sustentação, mas que faz 2014 entrar para a história como o ano em que ficaram claras as posições, os pobres contra os ricos. Mesmo em que pese que muitos ricos votaram no PT e muitos pobres não. Talvez a pobreza e a riqueza não sejam de dinheiro, mas de informação e entendimento da situação, de espírito.

E, para finalizar o ano, todos os governos – municipais, estaduais e federal – aumentarão os impostos daqueles que já pagam a maior carga tributária do mundo. Vemos isso ocorrendo inicialmente em Curitiba e no Paraná, mas seguramente acontecerá em todo o Brasil, independentemente de quem está no governo, independentemente de não apresentarem nada que justifique, pois a qualidade dos serviços públicos continua ruim e piorando cada vez mais.

O povo que paga impostos que se prepare, pois a sede de arrecadação nunca foi tão grande, e continua crescendo.

Ademar Batista Pereira, educador, é diretor da Escola Atuação e membro da executiva paranaense do Partido Verde (PV).

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