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7 de setembro e a luta pela anistia: o maior movimento cívico das últimas décadas

Milhares de manifestantes de direita se reúnem na Avenida Paulista, em São Paulo, neste 7 de setembro
Milhares de manifestantes de direita se reúnem na Avenida Paulista, em São Paulo, neste 7 de setembro (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

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O dia 7 de setembro de 2025 ficará marcado como um divisor de águas na política brasileira. Em diversas cidades do país, milhares de brasileiros foram às ruas, e levantamentos informais apontam para a marca de mais de um milhão de pessoas mobilizadas. O grito foi uníssono: “Anistia já” e “Fora Moraes”, em defesa da liberdade, do Estado Democrático de Direito e contra os processos viciados, provas fraudulentas e atropelos do devido processo legal conduzidos pelo STF e, em especial, pelo ministro Alexandre de Moraes.

O que se viu neste 7 de setembro também expôs um contraste gritante. De um lado, a direita, mesmo com seu maior líder político silenciado, proibido de sair de casa e de se manifestar, conseguiu mobilizar multidões em todo o país. Foi uma resposta sonora, inequívoca, dirigida aos três poderes da República: a sociedade está atenta, mobilizada e mais unida do que nunca.

De outro lado, as manifestações organizadas pela esquerda, contrárias à anistia, fracassaram em público e relevância. Até mesmo as tradicionais paradas militares em Brasília, que historicamente atraem atenção, sofreram com esvaziamento perceptível. Enquanto isso, nas ruas, o povo deu o recado: a pauta que galvaniza corações e mentes é a anistia ampla, geral e irrestrita.

O Brasil já viveu mobilização semelhante no fim dos anos 1970, com a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita para todos os envolvidos naquele momento histórico. Foram perdoados e libertados, na época, sequestradores, assaltantes de banco, responsáveis por atentados a bomba e até homicídios. Todos receberam o perdão do Estado brasileiro, e muitos hoje ocupam cargos de poder. O comparativo é direto: se crimes gravíssimos foram anistiados em nome da pacificação nacional, por que hoje cidadãos comuns – muitos sem crime algum, outros acusados apenas de dano ao patrimônio – seguem presos, processados ou exilados?

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É preciso lembrar que os eventos de 8 de janeiro de 2023, ainda que envolvessem depredações, jamais configuraram tentativa de golpe de Estado ou de “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”. O enquadramento desproporcional serviu como instrumento político, criando uma massa de presos políticos e exilados, deixando famílias inteiras destroçadas. Assim, a anistia não é apenas um gesto político: é uma necessidade moral e jurídica. É a chance de restaurar a confiança nas instituições e de pacificar o país, devolvendo às famílias a dignidade e à democracia o equilíbrio perdido.

O 7 de setembro de 2025 mostrou que a direita não apenas está viva: ela é hoje a principal força cívica organizada do país. Mesmo sob censura, perseguição e lideranças cerceadas, o movimento provou que é capaz de ocupar ruas, praças e avenidas, unindo setores diversos da sociedade em torno de uma bandeira clara: liberdade e anistia já. Se no passado a reconciliação nacional só foi possível pelo perdão, hoje não há outro caminho. O Brasil precisa da anistia. Não amanhã, não depois: agora.

Luciano Zucco, deputado federal pelo PL-RS, é líder da oposição na Câmara dos Deputados.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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