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A Diocese de Ponta Grossa, criada a 10 de maio de 1926, teve cinco Bispos Diocesanos e dois auxiliares.

A Diocese de Jacarezinho, no Norte do Paraná, criada na mesma data, teve seu primeiro Bispo dom Fernando Taddei, lazarista, reitor do Seminário de São José de Curitiba, nascido, a 9 de fevereiro de 1867, na Itália, nomeado a 22 de abril de 1927, ordenado Bispo a 29 de junho seguinte e empossado a 15 de agosto, falecido a 9 de janeiro de 1940.

Ponta Grossa só recebeu seu primeiro Bispo, dom Antônio Mazzarotto, a 16 de dezembro de 1929. Nasceu em Santa Felicidade, Curitiba, a 1.º de setembro de 1890, filho de Ângelo Mazzarotto e Amália Gasparin, pais católicos exemplares com 12 filhos, sete consagrados a Deus, mais dom Jerônimo, Bispo Auxiliar de Curitiba, falecido com 101 anos, a 23 de maio de 1999; Pe. Sílvio passionista, Pe. Eugênio, diocesano e três irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus: Amália, Angélica e Jacinta.

Tendo ingressado no Seminário de São José de Curitiba, a 9 de fevereiro de 1905, fez ali todos seus estudos, inclusive filosofia e teologia, ordenando-se presbítero, a 23 de novembro de 1914, por dom João Francisco Braga, Bispo de Curitiba. Exerceu seu fulgurante ministério sacerdotal, na Catedral de Curitiba, como vigário paroquial de Monsenhor Celso Itiberê da Cunha, destacando-se como maior orador sacro do Paraná, empolgando a todos que se reuniam em torno do púlpito para ouvir suas sábias homilias, profundas na doutrina, numa oratória suave e eloqüente, numa linguagem castiça.

Ainda era o seguro orientador dos jovens marianos da Catedral e exímio professor de Latim no Ginásio Paranaense.

Ordenado Bispo, a 23 de fevereiro de 1930, em Roma pelo Cardeal Henrique Gasparri, que foi Núncio Apostólico no Brasil, escolheu como lema em seu escudo: "Adveniat Regsum tuum – Venha o vosso Reino".

Tomou posse da Diocese, a 3 de maio de 1930. Encontrou uma Diocese extensa com 55.158 km2, abrangendo os atuais territórios da Diocese de Palmas e a maior parte das de Guarapuava e União da Vitória. Neste imenso território, havia apenas 12 paróquias e 27 sacerdotes latinos, sendo 13 verbitas em Ponta Grossa e Guarapuava, 5 franciscanos em Palmas e União da Vitória, 5 lazaristas, vicentinos, em Prudentópolis, Imbituva, Ivaí, Cruz Machado e Rio Claro e 4 estigmatinos em Castro e Tibagi, 8 sacerdotes ucrainos e nenhum padre diocesano latino.

Em Roma na audiência com o Papa Pio XI, dom Antônio esperava que lhe oferecesse uns sacerdotes. Disse-lhe o Papa: "Funde o Seminário e terá sacerdotes". Foi o que fez, abrindo o Seminário de São José, formando 23 padres diocesanos. Enquanto esperava a formação de seus sacerdotes diocesanos, chamou diversas congregações religiosas; capuchinhos, franciscanos, redentoristas.

Dom Antônio assumiu com ardor sua missão pastoral. Caracterizou-se por suas longas e cansativas Visitas Pastorais pelo extenso território, andando de carroça, no lombo de burro, debaixo de sol ardente, dias com vento e chuva, em estradas precárias, com pó, e lama, num ambiente sem conforto de água, luz, demorando-se até seis meses sem regressar à sede episcopal, como aconteceu no município de Guarapuava, em 1933, que abrangia Campo Mourão, Pitanga, Laranjeiras do Sul.

O que importava era anunciar o Evangelho. Suas pregações eram verdadeiras catequeses numa linguagem simples, acessível, profunda. Costumava chamar a atenção de seus diocesanos, batendo com força o báculo no chão para que ouvissem suas palavras. Por esta razão, tinha a fama de austero, inacessível ao povo, o que não correspondia à verdade, porque na audiência em sua casa episcopal e nas raríssimas visitas às famílias era muito cordial.

Nos intervalos das Visitas Pastorais, cada ano por ocasião de seu aniversário de ordenação episcopal, publicava uma Carta Pastoral, sendo 36, cada uma mais rica que a outra, com um rico conteúdo teológico, sobre a realidade pastoral, servindo de plano pastoral anual, com profundo conhecimento da língua portuguesa, impecável na vernaculidade.

Encontram-se ainda 23 tomos de manuscritos de dom Antônio, a maioria de sermões, santos do dia, Visitas Pastorais, com 230 temas tratados.

Dom Antônio foi um Bispo de fé profunda, de oração constante, de uma autêntica piedade eucarística, passando longo tempo em adoração e de filial devoção à Maria e a São José. Era austero consigo mesmo, vivendo na simplicidade e pobreza.

Completados 75 anos, renunciou, vivendo resignadamente mais 15 anos no sofrimento até sua morte a 15 de julho de 1980, com quase 90 anos.

Por todo o bem realizado por dom Antônio Mazzarotto: "Te Deum Laudamus, Te Domunim Confitemur" – Senhor nós vos louvamos e rendemos graças.

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