A Copa do apagão

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Oportunidade? Conhecimento? Dedicação? Autocontrole? Estratégia? Qual será o segredo dos alemães para da vitória contra o Brasil? Os próprios jogadores da Alemanha, segundo suas declarações logo após o jogo, não sabem exatamente o que aconteceu. O Brasil assistiu ao jogo com a esperança de sempre: apesar das dificuldades econômicas atuais, a expectativa era a da vitória.

Felipão redarguiu que "o que houve foram dez minutos de descuido da seleção", nos quais a seleção alemã soube trabalhar com estratégia, aproveitando o desequilíbrio dos jogadores brasileiros.

Galvão Bueno comentou: "Quantos anos aquele menino que apareceu chorando demorará para se recuperar?" A pergunta deveria ser: quanto tempo o povo brasileiro demorará em perceber que futebol não é a solução para os verdadeiros problemas que assolam nosso país?

De acordo com o que se vê na sociedade, essa deveria ser chamada a "Copa do apagão": da consciência, da vergonha, do comprometimento político com o país e de políticas públicas comprometidas com os verdadeiros problemas que existem e que procuramos esquecer em ocasiões como essa.

O momento parece ser propício para a reflexão do que se pretende fazer em um país onde a criminalidade "oficial" tem aumentado, e o abuso de drogas é absurdo e crescente, especialmente na nossa juventude. Relatório publicado pela Unifesp neste ano mostra que, no universo de adolescentes brasileiros, em 2012, 22% relataram haver experimentado bebidas alcoólicas.

Saúde e educação: essas devem ser as nossas prioridades, após uma derrota que nos acorda para o que realmente importa! A pessoa a ser verdadeiramente interrogada agora não deveria ser o técnico Felipão! Será que o povo brasileiro teria a mesma competência que os repórteres para interrogar as nossas lideranças políticas sobre o statu quo vigente? E agora, José?

Adolfo A. Hickmann, professor e mestrando em Educação pela UFPR.

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