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 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A democracia nos ensina e nos pede que, nas próximas eleições, escolhamos o candidato em quem mais confiamos para lhe entregar os destinos da nação nos próximos quatro anos. Até porque se anularmos nosso voto ou deixarmos em branco, estaremos “votando” no melhor colocado, naquele que tiver maioria.

Ai é que aparece nossa dificuldade atual, como eleitor e principalmente como cidadão, em tempo de turbulência política: em quem votar, quem merece o nosso crédito?

Depois de 13 anos de erros e mal feitos dos lulopetistas, que deixaram o país como terra arrasada, um grande desânimo parece tomar conta da maioria da população brasileira, especialmente porque para onde se olhe a desesperança é maior do que a expectativa de um bom governo.

Dentre os candidatos (os que já se declararam ou aqueles que serão ungidos em breve por seus partidos), poucos acenos há de melhoria, alguém que tenha pulso firme de fazer as reformas necessárias sem se ater a interesses partidários ou de grupelhos, de enxugar a máquina pública, de acabar com a praga do sindicalismo que tomou conta do Estado, de estimular o funcionamento do Congresso, de igualmente estimular o empreendedorismo, de liderar uma ruptura com o subdesenvolvimento, a burocracia e a insegurança jurídica, de diminuir a sanha dos impostos, de cuidar do orçamento sem compromissos com a corrupção, de privilegiar a saúde, a educação, a infraestrutura e a segurança, enfim de transformar esse país em uma nação com credibilidade (tanto interna quanto externa).

O nível é baixíssimo, o que nos leva à decisão de escolher o menos pior

Quem? Infelizmente, entre os que se apresentam não há ninguém com este perfil. O nível é baixíssimo, o que nos leva à decisão de escolher o menos pior.

Façamos uma rápida análise dos principais candidatos. Ciro Gomes é doido e instável, não bate bem. É um esquerdista arrependido e com discursos de coronel nordestino, querendo agradar tanto a esquerda quanto a direita, e, entre outras propostas, desfazer a reforma trabalhista. Do outro lado, Bolsonaro, radical, autoritário, que nenhuma confiança pode dar ao mercado. Um Collor revestido de novo?

Prossigamos: Marina, aquela que aparece a cada quatro anos, com discurso confuso. Eu diria o que se ouve por ai: “tadinha, nada com nada”. Lula? Brincadeira tem hora. Lugar de ladrão é na cadeia. Mas, mesmo outro que ele escolha para ser seu representante e de seu partido em Brasília, enquanto ele continuasse preso em Curitiba, faria o que o PT fez nos últimos 13 anos: caos total. Quem mais? Henrique Meirelles? Um bom representante do setor financeiro, mas o país não é só isso. O paranaense Alvaro Dias pode ser mencionado como um nome aceitável, livre de acusações na Lava Jato, ficha limpa e de bom trabalho no Senado. Mas, não me parece um estadista, capaz de unir a população em torno de seu desenvolvimento, independente de agradar ou desagradar este ou aquele, e de enfrentar os desafios que se somarão com isso.

Leia também: A defesa necessária da Lei da Ficha Limpa (editorial de 5 de agosto de 2018)

Leia também: Quanto conta (ainda) a televisão nas eleições? (artigo de Adriano Gianturco, publicado em 5 de agosto de 2018)

Enfim, chegamos ao ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Apesar de ser alguém com postura, muito fortalecido com a senadora Ana Amélia (PP-RS), sua candidata a vice, está comprometido, para se viabilizar nesta “guerra”, com os mesmos, gente que está envolvida até o pescoço em casos de grossa corrupção, denunciados pela Lava Jato. O tal Centrão, de inegável força eleitoral, é o que há de pior na política nacional.

Se Alckmin conseguir estabelecer princípios e regras claras com seus aliados, pode ser o menos pior entre todos que se apresentam como concorrentes à Presidência da República. Porém, ninguém se iluda que isso será fácil.

Tudo isso empurra o brasileiro à desilusão, ao cansaço, em tempo da desgastante escolha de seu candidato. Como sabemos de nossa responsabilidade, temos até outubro para decidir quem escolher neste pleito. Difícil.

Cláudio Slaviero, empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro “A vergonha nossa de cada dia”.
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