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Ela tem uma incidência que se aproxima de 0,5 novo caso para cada 100 mil habitantes ao ano e acomete principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, sendo a maior faixa etária de ocorrência a adolescência. Somente diante desses dados podemos verificar que a diabete mellitus do tipo 1 (DM1) pode ser considerada a doença do século. Isso por se tratar de uma epidemia que já atinge milhões de pessoas e que se expande rapidamente. Mesmo assim, pouca gente se preocupa com essa grave doença.

Mas é preciso chamar a atenção para o problema. A DM1 é uma doença metabólica autoimune de caráter multifatorial, caracterizada pelo excesso de glicose no sangue devido a alterações no metabolismo normal dos carboidratos, proteínas e lipídios, podendo evoluir com complicações macro e microvasculares, oculares, renais e neurológicas, dentre outras, quando não tratada de forma adequada.

Para entender como funciona essa doença, podemos resumir dizendo que a diabete dependente de insulina é uma situação em que ocorre uma destruição de células que leva à deficiência absoluta desta substância. Portanto, a diabete é uma desordem no metabolismo da glicose e se caracteriza pelo excesso desse nutriente no sangue – o que vai de encontro aos padrões de bom funcionamento do organismo. Dessa forma, acaba sendo uma doença crônica.

Este tipo de diabete ficou conhecido como "diabete juvenil" por surgir com mais frequência na infância e na adolescência. Hoje se sabe que a doença pode aparecer também na idade adulta, embora não seja tão comum. Por isso, é preciso ficar atento à saúde das crianças, uma vez que existe a propensão genética para essa doença e também porque diversos estudos recentes apontam para uma tendência mundial ao aumento da incidência da doença em menores de 5 anos de idade, com maior destaque aos países nórdicos.

Para conseguir combater a DM1 é preciso ficar atento a sinais como perda de peso, irritabilidade e desidratação, por exemplo, que são alguns dos indícios e sintomas que devem despertar a atenção médica e dos pais para o diagnóstico.

A diabete pode ser diagnosticada de forma simples, pelo exame da glicemia. Vale lembrar que o diagnóstico na infância segue os mesmos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as demais faixas etárias, ou seja, pacientes com sintomas presentes, associados à glicemia de jejum acima de 126 ou glicemia aleatória igual ou superior a 200 mg/dL.

Para conseguirmos sucesso no tratamento e na diminuição dos índices de pessoas com diabete mellitus do tipo 1 é preciso erradicar a falta de informação sobre os riscos da doença. A pouca atenção às medidas de saúde preventivas (devido à mentalidade obsoleta de esperar que a doença apareça para só depois tentar vencê-la) e o descaso com o tratamento podem levar o paciente diabético à morte prematura.

É duro conviver com a diabete. Mas fechar os olhos para ela é ainda pior.

Mauro Scharf é diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart.

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