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A educação é saída para melhorar a produtividade brasileira

(Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo)

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A interseção entre produtividade e educação é um tema de grande relevância no contexto atual, onde a eficiência e a eficácia são metas fundamentais para indivíduos, organizações e países. Nas sociedades modernas, em geral, a educação possui duas funções: promover o desenvolvimento e crescimento dos indivíduos, e formar pessoas mais produtivas. A educação é um processo de aprendizado e desenvolvimento que capacita indivíduos com conhecimentos, habilidades e valores para melhor enfrentarem os desafios profissionais e pessoais do cotidiano.

Por outro lado, o aumento da produtividade é crucial, na medida em que “fazer mais com menos” passou a ser prioritário para a competitividade das empresas e dos países. Em termos econômicos, produtividade é quanto um trabalhador acrescenta de valor aos bens e serviços que produz.

A produtividade é definida, portanto, pela relação entre o "output" (produção), por unidade de "input" - trabalho, capital, capacidade produtiva etc. Em outras palavras, fazer mais com menos é a essência do que é a produtividade no trabalho. O índice de capital humano (escolaridade e experiência de quem trabalha) é um componente importante na decomposição conceitual da produtividade.

O crescimento da produtividade é fundamental para gerar empregos melhores, reduzir preços, aumentar o padrão de vida das pessoas e elevar a qualidade dos produtos consumidos

Ter uma população altamente escolarizada, portanto, faz bem para a economia e para a sociedade como um todo.

Neste quesito o Brasil vai muito mal. O crescimento econômico do país, nos últimos vinte anos, foi relativamente baixo e, em grande parte, devido ao tamanho e nível de escolaridade da força de trabalho. A produtividade média do brasileiro é de apenas um quarto da do trabalhador americano, alemão ou do coreano. Uma das principais razões que explica por que o Brasil possui índices de baixa produtividade - se comparados com as médias mundiais - é a baixa qualidade da educação.

Este é um problema antigo, mas com forte impacto no momento em que estamos, com a quarta revolução industrial, o advento da indústria 4.0 e o surgimento de novas tecnologias - como a inteligência artificial - demandando uma maior qualificação do trabalhador. Isto, de certa forma, leva ao aparecimento de novas modalidades de emprego e trabalho.

Para se ter uma ideia, um estudo do Banco Mundial (“Emprego e Crescimento: A agenda da produtividade”), por exemplo, tem insistentemente demonstrado que, caso a produtividade brasileira fosse similar à dos Estados Unidos, a renda per capita no Brasil aumentaria cerca de 3 vezes se comparada com a atual. 

Formação e mercado de trabalho

A educação formal ocorre em instituições acadêmicas, enquanto a educação informal pode acontecer em diversos contextos, como no ambiente de trabalho e nas interações sociais. 

Neste sentido, o sistema educacional brasileiro prepara o futuro trabalhador para um mundo que já não existe mais. Esta condição prejudica o potencial do país de se tornar mais produtivo e gerar maior riqueza e renda.

Além disso, há uma necessidade constante de alinhar currículos educacionais com as demandas do mercado de trabalho. A desconexão entre o que é ensinado nas instituições educacionais com o que é necessário, seja no ambiente de trabalho ou no mercado, limita o impacto positivo da educação na produtividade.

O fato é que a nossa educação não está adequada ao mercado de trabalho, por isso não há ganhos de produtividade. Além disso, no Brasil, o aumento da escolaridade registrado nos últimos anos não tem sido acompanhado do aumento da produtividade. Em geral, o trabalhador brasileiro é menos educado e qualificado. Na essência, temos um menor capital humano se comparado aos países de elevada produtividade.

Em um mundo em constante mudança, a educação promove a adaptabilidade dos indivíduos

Programas educacionais que incentivam o aprendizado contínuo ajudam os trabalhadores a se manterem atualizados com as novas tecnologias e metodologias. A capacidade de aprender novas habilidades e se adaptar a novas situações é uma vantagem crucial para manter e melhorar a produtividade em ambientes dinâmicos. 

A crescente disponibilidade de recursos educacionais online e o aumento de plataformas de aprendizado oferecem oportunidades para superar barreiras geográficas e financeiras.

No caso brasileiro, esses recursos podem democratizar o acesso à educação e, por consequência, expandir as oportunidades para melhorar a produtividade em diversos contextos.

Em resumo, a educação ainda é, inquestionavelmente, o melhor caminho, o mais rápido e de menor custo, para se promover o desenvolvimento e se alcançar melhorias efetivas de produtividade de um país contribuindo fortemente para o processo de distribuição de renda. 

Recursos e oportunidades

A relação entre produtividade e educação é complexa e multifacetada, mas inquestionavelmente significativa. A educação não apenas capacita indivíduos com habilidades e conhecimentos essenciais, mas também promove a saúde e o bem-estar, fatores que também contribuem para uma maior produtividade. 

Políticas e práticas que visam melhorar a qualidade da educação e a acessibilidade podem gerar benefícios tangíveis para a produtividade individual e coletiva. Ao reconhecer e explorar a importância dessa interseção, é possível criar um ciclo virtuoso onde a educação fomente a produtividade. E a produtividade, por sua vez, gere recursos e oportunidades para mais investimentos em educação.

A integração eficaz desses dois aspectos pode resultar em uma sociedade mais produtiva, eficiente, inovadora, competitiva e próspera.

Luiz Alberto Ferla é formado em engenharia de produção mecânica e administração de empresas. Há mais de 25 anos atua como empresário na área de tecnologia, focado em superar metas por meio de liderança, desenvolvimento humano e parcerias estratégicas. Hoje atua com tecnologias digitais para educação corporativa.

Conteúdo editado por: Aline Menezes

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