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A indústria brasileira nasceu no fim do século 19. Quando impulsionada, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930 a 1945), deparou-se com uma crise de abastecimento interna, afetando os trabalhadores que vinham do campo para as cidades. A situação piorava devido à alta inflação e péssimas condições de salubridade, que refletia em subnutrição, doenças e mortalidade. Nesse cenário, foi assinada a Carta da Paz Social. O documento estabeleceu princípios e medidas para o custeio de serviços sociais para os trabalhadores com recursos patronais. Assim nasceu o Sesi no Paraná, em 20 de julho de 1946.

Desde o início, a educação e a saúde do trabalhador e sua família foram tratados como prioridades. O Sesi no Paraná logo lançou Cursos Populares de Alfabetização de Adultos e, quando o analfabetismo caiu, voltou-se para a formação continuada, dando prosseguimento ao ensino fundamental e médio. Para que as famílias pudessem frequentar os cursos, ofereceu atividades de recreação infantil, que evoluíram para creches e pré-escolas.

Se antes procedia de forma assistencialista, o Sesi atualmente promove ações preventivas

Na saúde, a primeira iniciativa foi levar tratamento médico à população desnutrida e refém de doenças pulmonares. Na década de 1960, para expandir o atendimento, foram criadas unidades móveis equipadas com a aparelhagem necessária para ofertar consultas médicas e odontológicas aos trabalhadores dentro das fábricas.

Passadas sete décadas, é notável a manutenção, pelo Sesi no Paraná, da mesma linha de atuação com foco na educação, cultura, responsabilidade social, saúde e segurança do trabalhador e da indústria. Mas também é notável sua evolução dentro dessa linha de atuação. Se antes procedia de forma assistencialista – um dos primeiros serviços foram os Postos de Abastecimento, que vendiam produtos a preços 20% abaixo do mercado –, atualmente promove ações preventivas. Exemplos são as consultorias em saúde e segurança e os lançamentos do Colégio Sesi e do Programa Cuide-se+. O colégio, hoje a maior rede de ensino médio particular do Paraná, tem metodologia diferenciada aliando educação, tecnologia e inovação para preparar seus alunos para a indústria. Já o Cuide-se+ reduz os índices de absenteísmo através da educação e da realização de exames periódicos.

A responsabilidade social mantém-se ativa com a promoção do desenvolvimento humano e social, por meio da participação em iniciativas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os Princípios para Educação Executiva Responsável (PRME) e os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), e da execução de consultorias customizadas.

Há muitos motivos para comemorar o 70.º aniversário do Sesi no Paraná, e um deles é o fato de estarmos prontos para os desafios futuros. Apesar dos avanços, o país ainda ocupa o quarto lugar no ranking de acidentes laborais, sendo que o Paraná está em terceiro lugar no ranking brasileiro de mortes por acidentes de trabalho e tem 3 milhões de industriários aposentados por eles. Quando o assunto é educação, são 300 mil trabalhadores da indústria com ensino incompleto.

O Sesi no Paraná evoluiu junto com a indústria paranaense, adequando seus serviços para oferecer aquilo de que o setor realmente precisa para se tornar cada vez mais produtivo e competitivo. Está pronto para continuar fazendo a diferença, sem nunca esquecer de olhar para a principal engrenagem da indústria: o trabalhador.

José Antonio Fares é superintendente do Sesi no Paraná.
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