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Vem chegando o carnaval. Nós, curitibanos, por característica própria, já estamos programando as atividades fora da cidade e, durante o feriado, iremos certamente perceber uma evasão de pessoas da capital paranaense.

Apesar das tentativas de um grupo de não deixar morrer o carnaval curitibano, não seria mais vantajoso para a cidade se caminhássemos na contramão dessa ação? Explico: no ano passado, o Instituto Municipal de Turismo (IMT) divulgou pesquisa afirmando que os três itens que mais motivam os visitantes a vir a Curitiba nesta época do ano são conhecer atrativos turísticos (28,7%), visitar amigos e parentes (25,1%) e o sossego da cidade (24,3%).

Se é assim, por que não utilizar esses dados a nosso favor e investir na atração de turistas que não gostam da festa e querem distância de carnaval e escola de samba? Qual o potencial turístico de uma localidade como a nossa, que, genuinamente, não oferece atrativos de lazer capazes de motivar o deslocamento de pessoas para a visitação nesta época do ano?

Podemos criar um novo potencial turístico e investir na difusão da capital paranaense como opção para quem quer tranquilidade no carnaval. Quando digo "temos de criar", no plural, refiro-me a um conjunto de esforços dos que são responsáveis pela estruturação de produtos turísticos: iniciativa pública, empresas do setor, agências financiadoras e integradoras, além da comunidade local.

Um produto turístico não se revela apenas pela existência de um atrativo impulsionador de demanda. Deve haver uma estrutura básica no local, além de acesso a serviços públicos, profissionais capacitados, equipamentos turísticos de qualidade e, claro, divulgação do produto.

Diversas pesquisas mostram um crescente número de pessoas que não se identificam com o carnaval ou com a aglomeração de pessoas que a festa gera. Diante disso, percebemos um pequeno movimento dessa demanda na tentativa de consolidar Curitiba como a cidade em que o carnaval é apenas mais um feriado prolongado, com a realização do Psycho Carnival, um evento dominado pelas bandas de rock e com foco em outro público-alvo.

Precisamos entender que, já que a nossa cidade não tem a tradição das escolas de samba, temos uma oportunidade de criação de um produto voltado aos que fogem dos tamborins e que irá beneficiar, inclusive, a Região Metropolitana de Curitiba. E podemos nos tornar referência nesse tipo de turismo.

Cláudia de Stefani é coordenadora do curso de Turismo do Centro Universitário Uninter.

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