• Carregando...
A tecnologia não vai acabar com a profissão de assessor de investimentos
| Foto: Bigstock

Nos últimos anos, investir vem se tornando, cada vez mais, parte da rotina de planejamento financeiro dos brasileiros. Prova disso são os números. Segundo dados da B3, entre julho de 2021 e junho de 2022, entraram na bolsa 1,25 milhão de novos investidores. Essa quantidade representa um salto de 40%, partindo de 3,15 milhões para 4,40 milhões de pessoas. Assim como a mentalidade dos cidadãos em relação ao tema evoluiu, o próprio mercado financeiro também está mais diversificado, em linha com a demanda dos variados perfis de público que buscam, para um futuro financeiro seguro, opções que vão muito além do antigo hábito de depositar todo o dinheiro na caderneta de poupança e apenas esperar o aniversário. Hoje, o melhor caminho está repleto de novas possibilidades.

Diante desse cenário, a profissão de assessor de investimentos ganhou bastante destaque no mercado. Esses especialistas são responsáveis pela captação e prospecção de clientes, pelo fornecimento de informações sobre valores mobiliários e outros produtos como títulos públicos, além do envio de ordens para sistemas de negociação ou registros cabíveis. Os assessores de investimento são profissionais essenciais para apostas de sucesso no mercado financeiro, ainda que o setor venha avançando em tecnologia e novidades como simuladores de investimentos, casas de research, robôs-advisors e home brokers possam levantar o questionamento se a profissão pode não ser mais necessária algum dia. A resposta é não.

Ainda que as tecnologias facilitem o processo de investimento por conta própria e as novas gerações como Y, X e até mesmo os millenials estejam mais alinhadas à curiosidade, conhecimento e uso dos meios digitais, a experiência dos especialistas na área são as melhores alternativas para construir uma carteira de investimentos mais segura diante de cenários voláteis, principalmente no Brasil. Uma pesquisa recente da Natixis Investments Managers, nos EUA, revelou que 40% dos millenials pensam em recorrer aos advisors na hora de realizar investimentos e apenas 7% pensam em contato automatizado.

Outros dados revelam que 72% dos millenials afirmam ter assessores e consultores nos investimentos. Já entre a geração X, o percentual é de 66% e, entre os baby boomers, 70%. Estamos falando de um dos mercados mais maduros do mundo, desta forma, no Brasil não será diferente. Nadando na contramão de muitos outros setores, essa profissão vem crescendo e não está sendo canibalizada por robôs e sistemas. Pelo contrário: a tecnologia é uma grande aliada no trabalho do assessor de investimentos.

Esses profissionais trabalham com o objetivo de entender a realidade de seus clientes e auxiliá-los na elaboração de um plano de investimentos que seja adequado aos seus objetivos e ao seu perfil de investidor. A humanidade nos permite agir de uma maneira que as máquinas não são capazes. Podemos ouvir aos anseios dos clientes de forma atenta e individualizada. Usufruindo da expertise que só o cérebro humano tem, o assessor pode direcionar os investimentos da maneira mais personalizada possível, sem se prender a padrões numéricos e algoritmos.

Em 2021, a quantidade de assessores de investimentos cresceu mais de 50%, passando dos 17.000 profissionais credenciados, segundo dados da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord). Isso traduz o fato de que, à medida que o brasileiro se interessa por investimentos mais sofisticados, cresce a demanda por um profissional dedicado a atender cada cliente de forma personalizada, com autonomia e independência. Os assessores são verdadeiros parceiros do cliente na hora de orientá-los e direcioná-los para a melhor forma de diversificar os investimentos, obtendo os melhores rendimentos.

Há quem pense que um dia as máquinas irão superar os humanos. Para mim, a capacidade de adaptação do homem é imbatível. Resiliência é uma característica inerente ao assessor de investimentos, que não pode desistir até gerar os melhores resultados para seus clientes. Portanto, enquanto existirem investidores que busquem os melhores resultados, existirão assessores de investimentos e a tecnologia será apenas uma importante ferramenta para tornar ainda mais fácil e eficiente todo esse processo.

Samyr Castro é CEO da InvestSmart XP.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]